STJ troca presunção de inocência por presunção de culpa

STJ troca presunção de inocência por presunção de culpa

Por Alex Solnik/ Brasil 247 

O nosso país está vivendo a seguinte aberração jurídica.

O artigo 5º. da constituição afirma que ninguém pode ser preso antes de ser condenado pela última instância de julgamento.

No entanto, em maio de 2016, o plenário do STF decidiu, em apertada, 6 a 5, que a prisão depois de condenação em segunda instância seria constitucional sob a alegação de que a se obedecer a constituição corria-se o risco de culpados ganharem impunidade.

Ou seja, seis ministros do STF mudaram o entendimento da presunção de inocência para a presunção de culpa.

Como o STF não revogou o inciso do artigo 5º. que estabelece a presunção de inocência, e nem poderia, primeiro porque só o que pode modificar a constituição e segundo porque essa cláusula é irrevogável porque é pétrea, o convive, há dois anos, com dois entendimentos a respeito dessa questão fundamental que diz respeito aos direitos fundamentais do cidadão e ao regime democrático.

O que provoca uma inevitável insegurança jurídica.

Hoje, ao negar o habeas corpus preventivo a , o STJ preferiu seguir a orientação do STF e não a da constituição.

Mas o que vale mais? O que foi escrito e aprovado por ampla maioria do Congresso Nacional eleito pela população ou o que decidiram 11 ministros do STF que não podem modificar a constituição?

Cabe ao próprio STF responder à essa inevitável e urgente questão.

lula no recife temos que dizer p 1

ANOTE AÍ:

Fonte:  Matéria de Alex Solnik  STJ troca presunção de inocência por presunção de culpa no Brasil 247


 
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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