Indiano dedica vida a criar miniflorestas em jardins – e ensina técnica a interessados. Vem aprender!
Por Jéssica Miwa
Depois de três anos, Sharma transformou seu jardim em uma verdadeira floresta e começou a reparar nos diversos benefícios que isso trouxe para ele e sua família: a qualidade do ar melhorou, atraiu mais pássaros, o clima ficou mais agradável e frutas estavam ao seu alcance.
Em janeiro de 2011, o então engenheiro de produção de carros largou tudo para fundar a Afforest, uma empresa dedicada à criação de miniflorestas de baixo custo e com alta escalabilidade. A missão é trazer de volta a mata nativa da região – para que muitos consigam experienciar o que conseguiu, com sua minifloresta no quintal. Hoje, com atuação em 10 países, mais de 40 cidades e 138 miniflorestas criadas, a empresa já contribuiu para o plantio de milhares de árvores nativas – e te ensina como aplicar a metodologia de baixo custo.
Sua técnica funciona em qualquer lugar, independente de qualidade do solo ou condições climáticas. Mais de três mil florestas foram criadas usando essa metodologia. Segundo Sharma, é possível ser 30 vezes mais denso se comparado a metodologia tradicional, o que possibilita absorver 30 vezes mais carbono. Demora apenas três anos para crescer completamente e, após esse período, não é preciso nenhum tipo de manutenção, como fertilização química, por exemplo. Neste documento você encontrará todas as informações necessárias para começar o quanto antes.
Autor: Jéssica Miwa. Disponível em: The Green Post.
Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.
Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.
Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.
Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.
Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.
Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.
Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.
Zezé Weiss
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