Ipespe: aprovação ao governo Lula cresce

Ipespe: aprovação ao governo cresce

Quando questionados se o Brasil vai melhorar até o fim de 2023, 59% dizem que sim, num sinal de mais otimismo na população.

Por André Cintra/Portal Vermelho

Cresceu de 51% para 55% a aprovação ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da (PT). Conforme pesquisa Ipespe, encomendada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos), a alta de quatro pontos percentuais ocorreu num período de três meses – entre junho e setembro. É a maior taxa de aprovação a Lula desde o início do terceiro mandato.

Enquanto isso, a desaprovação ao governo passou de 40% para 38%. Outros 7% não sabem ou não responderam. Embora divulgada nesta quarta-feira (13), a pesquisa foi a campo na virada do mês.

No recorte pelas regiões brasileiras, as maiores taxas de aprovação estão no (65%) e no Sudeste (54%). No Centro-Oeste, em contrapartida, Lula tem sua maior desaprovação: 45%.

Os brasileiros que recebem até dois salários mínimos correspondem ao segmento por renda que mais aprova o governo: 59%. O índice cai para 53% entre os que ganham de dois a cinco salários mínimos – e para 52% entre os que recebem mais de cinco salários mínimos.

O levantamento também mensurou a percepção dos brasileiros a respeito da sob a gestão Lula. Para 48%, a economia melhorou. Para 33%, segue igual. Já para 19%, houve piora. Quando questionados se o Brasil vai melhorar até o fim de 2023, 59% dizem que sim, num sinal de mais otimismo na população. Além disso, 48% afirmam que o Brasil hoje está melhor que no ano passado, quando ainda era governado por Jair Bolsonaro (PL).

É igualmente positiva a avaliação geral do programa Desenrola, lançado pelo governo Lula para renegociar dívidas da população de baixa renda. Entre os entrevistados, 70% disseram conhecer a iniciativa – e, nesse grupo, 73% manifestam interesse em aderir.

Houve oscilações pontuais nas principais preocupações dos brasileiros. A lista ainda é encabeçada por (29%), emprego e renda (27%) e (15%). Na sequência aparecem inflação e custo de (8%), e (6%) e (4%).

A pesquisa Ipespe ouviu 2 mil eleitores, nas cinco regiões do País, de 28 de agosto a 1º de setembro. A margem de erro é de 2.2 pontos percentuais, para mais ou para menos.

Fonte: Portal Vermelho Capa: Ricardo Stuckert/PR


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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