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Energia solar

Ituverava: A maior usina de energia solar da América Latina

Em 2017, o Parque Solar de Ituverava, na Bahia, gerará mais energia para o  

 A maior usina de da ,  denominada Complexo Ituverava, ou   Ituverava, está sendo construída na cidade de Tabocas do Brejo Velho, no da Bahia, com capacidade de 254 MW e produção anual de energia estimada em 500 GWh.
 
Segundo seus empreendedores, Ituverava ajudará a suprir a demanda crescente  de energia elétrica no país que, de acordo com estimativas, vai aumentar a uma taxa média de 4% ao ano até 2020.
Segundo a Agência de Ambiente e Energia (www.ambienteenergia.com.br), em publicação de 20 de fevereiro de 2017,  representantes da elétrica italiana Enel Green Power afirmaram que, em poucas semanas, irão iniciar a produção na usina solar de Ituverava, em construção na Bahia. O empreendimento deverá receber totais de cerca de 1,2 bilhão de reais, ou 400 milhões de dólares, segundo informações da companhia.
Além de Ituverava, a Enel constrói atualmente uma usina solar ainda maior no Brasil, o complexo Nova Olinda, no Piauí, com investimento estimado em 300 milhões de dólares, que terá 292 megawatts em capacidade e será o maior da América Latina, segundo a empresa.
tabocas

Essa mega-usina de energia solar  vem sendo instalada desde dezembro de 2015, sob supervisão da   Enel Green Power , empresa responsável por conduzir a construção da planta. A Enel  escolheu a empresa Enerray do Brasil,  que pertence à Seci Energia do Grupo Industrial Maccaferri, através da Enerray Usinas Fotovoltaicas, para executar o projeto que, segundo a EGP, exigirá um investimento de cerca 400 milhões de dólares.

A usina de Ituverava, maior projeto solar da Enel em construção atualmente, foi um dos vencedores em leilão de energia de reserva realizado pelo governo federal em novembro de 2014, no qual a companhia vendeu 344 megawatts (MW) em empreendimentos, incluindo usinas eólicas.
Segundo Francesco Venturini, CEO da Enel, a empresa tem cerca de 1.650 MW de projetos de energia solar em execução ou contratados, que demonstram compromisso crescente para o desta nos próximos anos.

A afirmação é corroborada por Michael Scandellari, CEO da Enerray, empresa parceria da Enel em Ituverava, em depoimento  à agência Investimento Notícias: ” Acreditamos que o Brasil representa uma grande oportunidade por ser um mercado com perspectivas de crescimento muito significativas a médio e longo prazo”.

Segundo a Enel, o Complexo de Ituverava, onde serão instaladas cerca de 20 mil placas fotovoltaicas, poderá gerar mais de 550 GWh por ano, o suficiente para atender a demanda de consumo de energia anual de mais de 268.000 domicílios brasileiros, evitando a emissão de mais de 185.000 toneladas de CO2 por ano.

Fontes: Divulgação/Enel + Agência de Foto de capa desta matéria: Ilustrativa, retirada do material de divulgação da empresa.

Ituverava

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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