Cariri Olindense
Cariri Olindense

Lá vem o Cariri ali!

Lá vem o Cariri ali/Com saco de pegar criança/Pegando menino e moça/Pegando tudo que a vista alcança.”

A saga carnavalesca do velho Cariri olindense

Por jeffcelophane 

O Cariri é exibido ao ar livre em Guadalupe Há 86 anos, na madrugada de sexta para sábado, o Cariri Olindense sai do bairro de Guadalupe às 4h da manhã e percorre as ruas de Olinda seguido por uma orquestra de frevo.

Com longas barbas brancas e chapéu de palha, ele anda à cavalo e carrega um saco. Uma lenda diz que esse senhor sequestra criancinhas, mas tudo não passa de uma brincadeira.

Essa assombração é o mascote da troça carnavalesca mais antiga da Cidade Alta, que virou tema de um curta-metragem, o documentário O Cariri, com nove minutos de duração, foi dirigido por Antonio Souza Leão, Cristiano Sidoti e Antonio de Olinda. Eles entrevistaram os organizadores da troça, filmaram sua saída e reconstituíram a lenda do personagem que lhe dá nome. As entrevistas são bem espontâneas, sem excessos de direcionamento, e conseguem transmitir o espírito anárquico da agremiação.

Fonte:  jeffcelophane Blog Olinda Urgente

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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