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LENDA DO TUIUIU - AVE SÍMBOLO DO PANTANAL

LENDA DO TUIUIÚ – AVE SÍMBOLO DO PANTANAL

do Tuiuiú –  Ave símbolo do

Diz a lenda que, num passado muito distante, essas aves eram alimentadas por um casal de índios e que, após a morte, foram enterrados no local onde os Tuiuiús costumavam comer.

Inconformados e famintos, as aves passaram dias e dias sobre o monte de terra que cobria os corpos do casal de índios, esperando que de lá saísse o alimento de todos os dias.

Como isso não aconteceu, a tristeza tomou conta deles de vez. É por esse motivo que os Tuiuiús têm essa aparência tão triste e fixam sempre o olhar para solo como se estivessem procurando algo.

Fonte: silnunesprof.

O TUIUIÚ

tuiuiú (Jabiru mycteria) é uma cegonha encontrada desde o sul do México até o norte da Argentina, mas 50% da população está no , principalmente na planície pantaneira.

Com pernas longas, bico comprido, cabeça preta, branco e uma faixa vermelha no pescoço, é uma ave que, definitivamente, marca presença. Por ser uma cegonha, voa com suas pernas e pescoço esticados, diferentemente das garças, que tem seus pescoços encolhidos durante o voo.

Chega a 1,60 metros de altura e impressionantes 3 metros de envergadura, além de pesar até 8 kg. É a maior ave da maior planície inundável do mundo com a capacidade de voar. Não é a toa que o tuiuiú é considerado o símbolo do Pantanal. E é oficial, segundo a Lei 5950/1992.

Sua alimentação é basicamente composta por moluscos, peixes, répteis, insetos e até pequenos mamíferos. Podem também se alimentar de pescado morto, ajudando a evitar que peixes que morrem por falta de oxigênio nas épocas de entrem em estado de putrefação.

LENDA DO TUIUIÚ - AVE SÍMBOLO DO PANTANAL
O Tuiuiú se alimenta de peixes, moluscos, répteis, anfíbios, insetos e até pequenas aves e mamíferos – Foto: Francesco Veronesi/Creative Commons

Mas não se engane! Como é encontrado em diferentes partes do Brasil, acabou recebendo vários denominações: jaburu, jabiru, jaburru, tuim-de-papo-vermelho, tuiuguaçu, tuiú-quarteleiro, tuiupara, rei-dos-tuinins, cauauá… Todos esses nomes pertencem ao Jabiru mycteria.

Durante a temporada reprodutiva, os tuiuiús dançam em dueto, batendo seus longos bicos até formarem um casal, que ficará unido para o resto da vida.

Macho e fêmea levam gravetos para uma árvore alta até que a estrutura seja grande o suficiente para suportar toda a família. Os ninhos de tuiuiús são as maiores estruturas do Pantanal construídas por aves.

LENDA DO TUIUIU - AVE SÍMBOLO DO PANTANAL
Os ninhos dos Tuiuiús são as maiores estruturas construídas por aves no Pantanal. Em média possuem 1,85 metros de diâmetro, mas podem chegar a até 3 metros – Foto: Gustavo Figueirôa

A chegada dos filhotes coincide com a baixa das águas, momento em que muitos peixes ficam presos nas baías e corixos e há abundância de . Mãe e pai se revezam para cuidarem dos filhotes, trazendo alimento, água e, quando o sol está muito forte, abrem as asas para fazer sombra nos pequenos.

Após 3 meses os filhotes saem dos ninhos e acompanham os pais nas primeiras semanas de vida. Porém, como um bom residente que conhece a própria casa, o tuiuiú se adaptou ao ciclo das águas do Pantanal.

Assim que as poças começam a secar e a comida fica escassa, as aves migram para algum lugar onde possam pescar novamente. Mas o casal irá voltar para reforçar seus laços e usar o mesmo ninho no ano seguinte.

LENDA DO TUIUIÚ - AVE SÍMBOLO DO PANTANAL
É comum ver grupos grandes de tuiuiús e outras aves pernaltas procurando alimento em baías (como os lagos são chamados pelos pantaneiros) na temporada de seca no Pantanal – Foto: Charles J Sharp/ Creative Commons

 

 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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