Um lindo texto de Leonardo Boff sobre a ternura vital, sobre o cuidado essencial que devemos nutrir para com os outros em busca de nossa autorrealização como pessoa na defesa de nossas causas.
Por Leonardo Boff
A ternura vital deriva do cuidado essencial.
A ternura é o afeto que devotamos às pessoas e o cuidado que aplicamos às situações existenciais.
É um conhecimento que vai além da razão, pois mostra-se como inteligência que intui, vê fundo e estabelece comunhão.
A ternura é o cuidado sem obsessão: inclui trabalho, não como mera produção utilitária, mas como obra que expressa a criatividade e a autorrealização da pessoa.
Ela é um afeto que, à sua maneira, também conhece.
Na verdade, só conhecemos bem quando nutrimos afeto e nos sentimos comovidos com aquilo que queremos conhecer.
A ternura pode e deve conviver com o extremo empenho por uma causa, como foi exemplarmente demonstrado pelo revolucionário cubano Che Guevara (1928–1968).
Dele guardamos a sentença inspiradora: “hay que endurecer sin perder la ternura jamás”.
Leonardo Boff – Ecólogo. Filósofo.