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Loja interativa do Sebrae se conecta com a arte e a natureza

Loja interativa do Sebrae se conecta com a e a

As arquitetas Julyanne Alves e Aline Ferreira assinam a loja oficial de artesanatos do Sebrae DF na nova edição da mostra CASACOR . Intitulada de Espaço Feito à Mão, o de 88m² promove com sensibilidade a interação do público com a arte através das ilhas de interesse, zonas de selfie, automação e iluminação personalizada.

Com poltronas originais dos anos 50 e 60, as profissionais resgatam a do design brasileiro, em especial brasiliense, mostrando a atemporalidade das peças.

Fazendo referência ao tema da mostra “A Casa Viva”, o ambiente traz elementos naturais como madeira, corda, pintura em tons terracota, galhos secos, parede de pau a pique e um lindo jardim vertical, assinado pela Encanto Verde, em formato de mandala que mescla várias espécies, cores e folhagens de sombra.

“Fizemos um baseado nas últimas mostras e analisamos como o público se comportava diante do espaço e como a arquitetura poderia influenciar no interesse dos visitantes. A partir daí trouxemos uma proposta inovadora, fugindo do conceito apenas comercial, mas buscando um espaço que valorize a arte e o design, como uma galeria”, explica as arquitetas Julyanne Alves e Aline Ferreira.

Além do artesanato brasiliense, a loja conta com produtos de design local.

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Fotos: Jomar Bragança

Sobre a mostra:

Com o tema “A Casa Viva”, os 60 participantes da 27ª edição da mostra CASACOR Brasília assinam 39 ambientes que trazem novamente a casa como refúgio físico, mental e espiritual, ressaltando a relação forte com a natureza.

CASACOR Brasília 2018

Período: Setembro ao dia 30 de outubro

Special Sale: 29 e 30 de outubro

Endereço: Setor de Indústrias Gráficas (SIG), Quadra 1, número 975

Ingressos: R$ 50,00 (inteira), R$ 25,00 (meia para estudante e pessoas com 60 anos ou mais).  Crianças menores de 12 anos não pagam

Passaporte único: R$ 150,00

Mais informações: (61) 3248.4638/3248.6902

www.casacor.com.br

www.instagram.com/casacor_brasilia

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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