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Lugares mais "mal-assombrados" do brasil?

QUAIS SÃO LUGARES MAIS “MAL-ASSOMBRADOS” DO BRASIL?

Você sabe quais são os dez lugares mais “mal-assombrados” do ?

Às vezes tropeçamos no lado assombroso da . Nada de lenda urbana ou diz-que-diz: estes são locais do Brasil com um passado fantasmagórico real. 

Por Fábio Marton e Tatiana Bandeira – aventurasnahistoria

Simbora conferir?

10. Cachoeira da Serra dos Dois Irmãos (AL)

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Crédito: Wikimedia Commons

Este é um caso célebre: foi o local onde Zumbi dos Palmares, após ser traído, foi emboscado e morto, com sua cabeça cortada e salgada para servir de prova.

Nas pedras da cachoeira, é possível ver faces humanas deformadas assustadoras. Muita gente jurou de pés juntos ter ouvido tiros e gritos por lá.

Seria só adequado: “zumbi” quer dizer algo como “fantasma” em bantu (e, sim, isso tem a ver com os zumbis do , que vieram do haitiano).


9. Castelinho do Flamengo – Rio de Janeiro (RJ)

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Crédito: Wikimedia Commons

Na capital carioca fica o prédio onde atualmente funciona o Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho. Ali, uma tragédia marcou a família Feu Fernandes.

Uma das filhas do casal, aos 10 anos, assistiu aos pais serem atropelados por um bonde. Tutelada pelo advogado da família, que a prendeu no castelinho, um dia a pequena de Lourdes se jogou pela janela.

Rendeu de ranger de madeira no local, de barulho de descer e subir de escadas e o fantasminha não muito camarada passeando pelo local.

8. Vale do Anhangabaú e Viaduto do Chá – São Paulo (SP)

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Crédito: Reprodução

O vale já nasceu meio maldito, pois Anhangabaú significaria “rio do Diabo” em tupi. Vários índios morriam por tomar banho e beber das águas do rio que corria no local por volta do século XVII (e hoje está canalizado).

Já o Viaduto do Chá, próximo dali, ficou conhecido como “suicidório municipal” por muito tempo, já que o local era escolhido com frequência por pessoas que queriam tirar suas vidas.


7. Casarão de Ana Jansen – São Luís (MA)

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Crédito: Reprodução

Entre 1793 e 1869, viveu uma mulher poderosa chamada Ana Jansen. Pobre na infância, adulta Ana casou-se com um dos homens mais ricos da cidade. Depois da morte do marido, ficou conhecida como a “Rainha do Maranhão” – o que, na época, significava reinar sobre muitos escravos.

Era extremamente cruel com sua propriedade, deixando-os morrer à míngua pelas menores ofensas. Eles eram pendurados de cabeça num poço da fazenda – no fundo do qual jaziam os restos de seus azarados antecessores, até 100 deles.

A fama de demoníaca é tamanha que a lenda é que até hoje ela anda pelas ruas numa carruagem maldita.


6. Edifício Martinelli – São Paulo (SP)

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Crédito: Reprodução

O primeiro arranha-céus de São Paulo, que já passou por fases decadentes sobre as quais ninguém pode dizer o que aconteceu, é famoso por assombrações, ruídos de gente trabalhando quando não há (ou devia haver) mais ninguém.

Ele tem no mínimo duas histórias para bancar sua fama. Em 1947, o garoto judeu Davi foi morto e jogado no poço do elevador por um assassino apelidado de Meia-Noite, que confessou o crime.

Outro assassinato brutal, bem-documentado, aconteceu em 1960, quando cinco bandidos estupraram e mataram a menor Márcia Tereza em um dos prédios.


5. Castelinho da Rua Apa – São Paulo (SP)

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Crédito: Wikimedia Commons

A chacina de uma família em maio de 1937, da mãe e seus dois filhos, na exótica construção, até hoje instiga o imaginário de quem passa próximo do Minhocão, no centro capital paulista.

A tese principal é que os dois estavam brigando, apontando revólveres um para o outro, e a mãe tentou apartar, com todo mundo morrendo. Mas alguns peritos levantaram suspeitas que a trajetória das balas indica triplo homicídio. Pelas leis da época, sem herdeiros diretos, o castelinho passou para o governo.

Tornou-se ruína abandonada até que, reformado, passou a abrigar a ONG Clube das Mães do Brasil. Boa para elas!

4. Praça Jornal do Comércio – Rio de Janeiro (RJ)

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Crédito: Reprodução

É difícil não notar a ruína arqueológica no meio da praça – o Cais do Valongo, Patrimônio Mundial da Humanidade, que hoje parece uma modesta escadinha de pedras que vai dar num gramado.

Ali já foi a costa, antes do aterro jogá-la para longe. Era o maior porto de entrada de escravos da América, até 1 milhão deles chegando por ali.

Isto é, um milhão vivos. O que o torna fantasmagórico não são apenas as vidas destruídas que aportaram lá, mas as que já estavam além da possibilidade de uso – navios negreiros eram infamemente letais e aqueles que morriam ao chegar da viagem (durante a viagem, eram jogados ao mar) eram enterrados ali mesmo.


3. Ilhabela (SP)

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Crédito: Reprodução

Quase inteiramente preservada, a ilha é um dos pontos favoritos para turistas ecológicos ou de aventura. O que pouca gente sabe é que, naquelas praias, ainda jazem centenas de infelizes trazidos pelas correntes. Com suas costas traiçoeiras, Ilhabela é o maior cemitério de navios (e náufragos) do Brasil, com mais de 100 naufrágios.

O local mais fúnebre é a quase inacessível Ponta do Boi, no extremo sul da ilha. Lá afundou o Príncipe de Astúrias, em 1916, o pior naufrágio de nossa história, com até 477 mortos oficiais, e mais talvez até 800 clandestinos (cerca de 300 a menos que o Titanic).

Mortos que foram, ao longo de dias, parar nas partes habitadas (e visitadas) da ilha.


2. Policlínica Militar – Niterói (RJ)

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Crédito: Reprodução

Não há memorial nem nada. É uma história que foi basicamente apagada – no lugar há hoje uma clínica militar. Em 17 de dezembro de 1961, instalado na Praça do Expedicionário, o Gran Circo Norte-Americano recebia mais de 3 mil visitantes.

No panfleto convocando o respeitável público, anunciaram orgulhosamente terem uma tenda do mais moderno material — nylon. Coberto por parafina, o combustível das velas, para impermeabilizar.

O espetáculo foi interrompido por Adílson Marcelino Alves, o “Dequinha”, que havia sido demitido do circo. Ele chamou alguns comparsas, jogou gasolina num pedaço da lona e ateou fogo. 503 pessoas, a maioria crianças, seriam encontradas carbonizadas entre as cadeiras do campo aberto que surgiu após a queima total do circo. Foi o pior desastre circense da história mundial.


1. Praça da Bandeira – São Paulo (SP)

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Crédito: Reprodução

O edifício amarelo na imagem à é o Edifício Praça da Bandeira – nome escolhido para ocultar seu infame nome de batismo, Edifício Joelma.

Nem todo mundo sabe, mas ele ainda existe, reinaugurado em 1978, após ser atingido pelo pior incêndio em arranha-céus da História, se você desconsiderar o 11 de setembro. As pessoas morreram, mas a estrutura resistiu firme.

Em fevereiro de 1974, o incidente deixou 198 mortos, mais de 300 feridos e uma aura de mistério que perdura até hoje. Durante o incêndio, 13 pessoas tentaram escapar por um dos elevadores, mas ele acabou travando entre andares em chamas, sem a porta se abrir.

Foram cozidos vivos, seus corpos se fundindo numa massa horrenda e se tornando totalmente irreconhecíveis. Enterradas numa sepultura coletiva, essas pessoas ficaram conhecidas como as 13 Almas do Joelma, a quem se atribuem milagres.

A maldição do Joelma vem de cedo. Na década de 1940 viveu ali um famoso com a mãe e duas irmãs. Ele assassinou as três em 1948 e atirou os corpos em um poço no terreno onde mais tarde seria construído o Joelma, se matando a seguir.

Apesar das inúmeras — e óbvias — histórias de assombração no local, se você quiser alugar uma sala, vá em frente. Ele nunca mais ficou totalmente ocupado. Hoje é perfeitamente seguro contra incêndios. Quanto a aparições… fica a mercê da experiência pessoal.


Fonte:

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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