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Lula amplia apoio enquanto oposição encolhe

amplia apoio enquanto oposição bolsonarista encolhe na Câmara

O Poder 360 diz que o presidente, que começou seu governo com uma base de 260 deputados, já conta com o apoio de 320. Por outro lado, vê-se uma oposição encolhendo

Por Iram Alfaia/Portal Vermelho

O presidente Luiz Inácio Lula da já foi chamado de político pelo seu poder de reação diante das adversidades. Ao olhar para a articulação , Lula tem dado razão para essa adjetivação no terceiro mandato.

O Poder 360 diz que o presidente, que começou seu governo com uma base de 260 deputados, já conta com o apoio de 320. Por outro lado, vê-se uma oposição encolhendo.

Com uma base desse tamanho, é improvável que os bolsonarista mais radicais consigam prosseguir com patético pedido de impeachment.

A bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) conseguiu 139 assinaturas, das quais 55 são do PL. Outros 22% vieram de PP e União , que têm ministérios no governo. Ou seja, um limite máximo de força para os necessários 342 votos para o impeachment.

Nessa lista, o Novo, que tem 3 deputados, e o PRD, com 4, foram os únicos coesos nas assinaturas.

Um detalhe: no PL, do inelegível Bolsonaro, 19 deputados não assinaram o pedido. Nem mesmo o líder da sigla na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), deu sua assinatura.

Se eles apostavam numa institucional, Lula mostrou que anda em harmonia com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

Na quinta-feira (22) da semana passada, os dois se reuniram com líderes da base e presidentes de partidos num evento informal no Palácio da Alvorada, residência presidencial.

A imagem do encontro (foto) não deixa dú da unidade do grupo. Daqui para frente, Lula prometeu reuniões mais frequentes para azeitar a relação. Enfim, o animal político em ação.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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