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Lula: É preciso recuperar o atraso escolar das crianças na pandemia

Lula: É preciso recuperar o atraso escolar das crianças na pandemia

Lula: É preciso recuperar o atraso escolar das crianças na pandemia

“Vamos ter de fazer um esforço enorme, chamar os educadores, fazer um mutirão, utilizar o que tiver de instrumentos para que a gente possa recuperar essa falha”, diz Lula…

Por PT Nacional

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da defendeu que se faça um esforço para recuperar o atraso que alunos pobres tiveram por causa da falta de estrutura para acessar aulas virtuais no período de pandemia. Em entrevista à CBN Vale do Paraíba, Lula lembrou que, sem acesso à internet e computadores, crianças da periferia brasileira foram prejudicadas por um período de praticamente um ano meio sem aulas adequadas.
“Vamos ter de fazer um esforço enorme, chamar os educadores, fazer um mutirão, utilizar o que tiver de instrumentos para que a gente possa recuperar essa falha e colocar as crianças no mesmo padrão educacional. Temos que garantir que tenham a mesma qualidade de educação, que aprendam as mesmas coisas, essa é uma das preocupações que eu tenho”, afirmou.
O ex-presidente lembrou que é a educação que permite que as pessoas progridam na . Nos governos do PT, o investimento público em educação passou de 4,7% do PIB em 2002 para 6% do PIB em 2014. Além disso, em 2014 a então presidenta sancionou o Plano Nacional de Educação, que previa o aumento progressivo da destinação de orçamento para a educação, até chegar a 10% em 2024.
Lula sempre conta que sua mãe, Dona Lindu era analfabeta, e que ele mesmo estudou muito pouco quando era jovem, por falta de oportunidade. Por isso, o acesso à educação foi um dos pilares de seu governo, assim como da presidenta Dilma.
Pobre no orçamento
Lula defendeu também a do pobre no orçamento e dos ricos no imposto de , como medida de estimulo ao consumo, à geração e emprego e ao crescimento. “Se colocarmos o pobre no orçamento e o rico no Imposto de Renda, se tivermos uma de inclusão social que faça com que o pobre tenha dinheiro para ir ao mercado, para comprar um short, um vestido, um sapato, um caderno, a vai crescendo por si só. Não tem outra mágica. Não tem essa de plano emergencial para gerar emprego”.
Conversa com a
De acordo com o ex-presidente, para consertar o país, será preciso muita responsabilidade, muita seriedade, muito juízo e muita conversa com a sociedade. “Você tem que ouvir os , os artistas, o povo que está querendo casa, que está querendo terra, que está querendo emprego. Por isso, fiz 74 conferências nacionais para discutir e para ter certeza de que a sociedade estava participando”.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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