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Lula: “Se voltarmos ao governo, vamos abrasileirar o preço dos combustíveis

Lula: Vamos abrasileirar o preço dos combustíveis

Lula: Vamos abrasileirar o preço dos combustíveis

Em entrevista a rádio, Lula diz que o atual preço da gasolina, do diesel e do gás é demonstração de irresponsabilidade e que Bolsonaro não faz nada porque não governa…

Por PT Nacional

Lula voltou a garantir, nesta quinta-feira (24), que, caso o PT volte a governar o país, vai “abrasileirar os preços da Petrobras”, o que significa parar de cobrar da população os valores em dólar da gasolina, do diesel e do gás de cozinha. “O preço atual do combustível é a demonstração mais inequívoca de irresponsabilidade”, afirmou, em entrevista à rádio Super Notícia, de Belo Horizonte (assista a trechos abaixo e à íntegra no fim da matéria).

O ex-presidente lembrou que o consegue produzir todo o petróleo de que precisa, e só não produz também todo o combustível necessário porque o governo Bolsonaro paralisou a construção de refinarias e colocou à venda aquelas que já estavam prontas, além de fatiar a vender a BR Distribuidora, que pertencia à Petrobras.

“O Brasil hoje não consegue refinar toda a gasolina que nós precisamos porque o governo parou as refinarias. Também destruiu a BR Distribuidora e, por conta disso, tem 392 empresas importando gasolina dos . Importando em dólar e precificando em dólar para nós”, disse. “Eles (os defensores da privatização) diziam ‘ah, não, se tiver mais empresas, vai ter mais competitividade e o preço vai ser mais barato'. Cadê o preço mais barato?”, indagou, lembrando que em seu governo, o preço do gás de cozinha não teve reajuste.

Incompetência e submissão de Bolsonaro

De acordo com Lula, o modelo energético do Brasil não pode ser o praticado por Jair Bolsonaro, que exporta o petróleo cru e importa derivados como diesel e gasolina, que são mais caros e chegam a preços dolarizados. 

“O Brasil precisa refinar o seu petróleo e exportar o excedente. A Petrobras é brasileira, o petróleo está no solo brasileiro, as plataformas e sondas somos nós que fazemos, o trabalhador que tira o petróleo e refina recebe em real. Por que a gente tem que cobrar em dólar?”, questionou. “Por isso eu digo que, se a gente voltar ao governo, a gente vai abrasileirar o preço dos combustíveis neste país.” 

Depois do golpe de 2016, toda a política adotada na Petrobras sabotou a soberania brasileira, denunciou o ex-presidente. “Quando estávamos no governo, a gente estabelecia que a Petrobras, para fazer sonda e plataforma, tinha que ter 65% de componentes nacionais, porque a gente queria criar uma indústria nacional, para que a gente pudesse ser um país mais forte e industrializado. Desmontaram tudo isso. É preciso parar com essa bobagem de jogar no lixo a soberania de um país com o tamanho do Brasil”, afirmou.

E Jair Bolsonaro não faz nada para que os preços cobrados dos brasileiros diminua porque é submisso e incompetente. “O presidente fala ‘ah, seu eu pudesse, dava um murro na mesa'. Não precisa dar murro na mesa. O presidente da República, em vez de dar murro na mesa, reúne o conselho da Petrobras, o Conselho Nacional de Política Energética e discute o preço das coisas. Acho que o Bolsonaro nem sabe que existe o Conselho Nacional de Política Energética, por isso que ele não reúne. Este país está desgovernado. O governo existe para tentar solucionar os problemas do povo e não para criar problemas para o povo.”

Responsabilidade gerencial e fiscal

Lula rebateu aqueles que, na tentativa de manter a Petrobras a serviço dos acionistas estrangeiros, dizem que a proposta de abrasileirar os preços é irresponsável. “Não tem, neste país, nenhum candidato a nada, que possa discutir comigo responsabilidade gerencial e responsabilidade fiscal”, garantiu.

Para justificar a afirmação, Lula lembrou que, quando o PT esteve no governo, o Brasil foi o único membro do G20 a fazer superávit todos os anos, a dívida interna pública caiu de 60% do PIB para 32%, a dívida com o FMI foi paga e, ainda, foram geradas reservas internacionais que hoje dão estabilidade ao país. 

“Além de pagar o FMI, reduzir a dívida pública, fazer superávit, promover a maior política de inclusão social da história deste país e aumentar o salário mínimo acima da inflação todos os anos, nós deixamos US$ 360 bilhões de reservas, que é o que dá estabilidade ao país até hoje. É um colchão de segurança que este país tem”, ressaltou.

A mentira de Dallagnol

Outro tema abordado na entrevista foi a recente condenação, pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), do ex-procurador Deltan Dallagnol, que deverá indenizar Lula por ter mentido na infame apresentação do Power Point.

“Eu tenho pena porque esses moleques que criaram a força-tarefa em Curitiba não só me prejudicaram como prejudicaram a imagem do Ministério Público, à qual eu e os brasileiros devemos ter o mais profundo respeito. Eles tentaram quase que destruir a Polícia Federal, que também teve delegados irresponsáveis, e teve um juiz irresponsável como cidadão, que eu não vou dizer o nome dele. Essa gente quase destruiu as instituições que nós criamos para dar garantia e fortalecer a democracia no nosso país”, analisou Lula. 

O ex-presidente frisou que o Ministério Público é uma instituição muito séria para que procuradores façam denúncias sem provas para criar manchetes de jornais. “O Ministério Público é tão sério, tão importante, que, quando faz uma denúncia, tem que ter prova. Não pode criar manchetes de jornais e, depois, ninguém é responsável por nada. Eu entrei com um processo contra esse procurador porque ele é um mentiroso. Ele fala de honestidade e tentou criar um fundo para a turma dele com dinheiro da Petrobras, R$ 2,5 bilhões”, recordou. “As pessoas não podem mentir. E eu decidi que tinha que enfrentar. E Deus me ajudou a provar que mentira tem perna curta”, concluiu.

 


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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