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Lurian Lula: Meu pai,TODOS sabem da sua inocência, inclusive os que te julgam, condenam e maltratam

Lurian : Meu pai,TODOS sabem da sua inocência, inclusive os que te julgam, condenam e maltratam

Depoimento da filha de Lula sobre o julgamento do caso do sítio de Atibaia, no dia 14/11/2018

por Jornalistas Livres

Veja abaixo o depoimento que a filha do ex-presidente, Luiz Inácio Lula da , deu após o julgamento do caso “sítio de Atibaia” (14/11/2018), como ficou conhecido o caso.

 

“Ontem eu via a imagem de um homem forte, mas triste, num embate com uma juíza e um promotor soberbos….
Ontem eu vi a agir de forma cega e insensível perante um homem, de 73 anos, inocente, que luta todos os dias para que desfaçam o mínimo da maldade atentada contra ele e sua família
Ontem eu vi uma jovem que poderia entrar pra como digna e justa, tratar um inocente com desrespeito, intolerância e total parcialidade
Ontem eu vi a dor de um homem que injustamente está sendo privado do convívio dos seus amigos, do seu , mas principalmente da sua família, das pessoas que ama, dos seus filhos, netos e bisneta…
Ontem eu vi um olhar de tristeza
Ontem eu vi um olhar de indignação
Ontem eu ouvi uma súplica: “me leva com você”
Ontem meu coração partiu em mais pedaços, meu se sentiu mais cansado….
Meu pai, meu , TODOS sabem da sua inocência, inclusive os que te julgam, condenam e maltratam.
A história vai cobrar… não estaremos mais aqui pra ver, mas num futuro, a história mostrará quem é quem…
Continuo aqui, com fé, com amor e com .”

Veja parte do depoimento de ex-presidente:


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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