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Macron na ONU: “Comércio apenas com quem não desmata”

Macron na ONU: “Comércio apenas com quem não desmata”

Presidente da França discursou poucas horas depois do presidente brasileiro

Do Portal Terra

Atacado por Jair Bolsonaro na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), o presidente da França, Emmanuel Macron, subiu ao palco poucas horas depois e discursou em defesa do combate às .
 
Sem citar o , pediu um boicote a produtos de países que não respeitam compromissos ambientais e afirmou que o livre comércio deve incluir obrigações com a neutralidade nas emissões de CO2 – gás poluente causador do efeito estufa – e o fim do .

“Não podemos mais ter estratégias comerciais que não levem em consideração as mudanças climáticas. Não podemos forçar alguns países a fazerem esforços e continuar negociando com aqueles que não o fazem. Não podemos continuar fazendo declarações neste palco e seguir importando produtos que vão contra isso”, disse Macron, reconhecendo que a própria França compra produtos que “levam ao desmatamento”.

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Foto: Lucas Jackson / Reuters

“Isso envolve mudanças profundas, parcerias e estratégias com os países de origem, as empresas e as finanças. Não estou dizendo que está tudo bem na França, longe disso, mas, se coletivamente não formos transparentes, não formos responsáveis, não insistirmos em ser coerentes entre palavras e ações, e se não casarmos clima e comércio, nunca vamos conseguir. Vai demorar alguns anos, mas precisa começar agora”, acrescentou.

Macron ainda defendeu que todas as nações assumam o compromisso de neutralizar suas emissões de CO2 até 2050. Pouco antes, Bolsonaro, também sem citar o francês diretamente, havia afirmado que alguns países questionaram a “soberania” brasileira na .

“Um deles, por ocasião do G7, ousou sugerir aplicar sanções ao Brasil sem ao menos nos ouvir”, dissera, em referência à França.

Com índices de popularidade em recuperação após o pior momento de seu mandato, Macron tenta não apenas se colocar como líder nas discussões sobre , mas também como antagonista da extrema no mundo.

Além de Bolsonaro, o presidente da França já trocou farpas com o mandatário dos EUA, Donald Trump, e o ex-ministro do Interior da Itália Matteo Salvini. Em seu país, tem como adversária a deputada Marine Le Pen, que deve desafiá-lo novamente nas eleições de 2022.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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