Mães da Praça de Maio completam #41añosdelucha

Mães da Praça de Maio completam 41 anos de luta –

 As Mães de Praça de Maio, argentinas que saíram a procura de seus filhos desaparecidos durante a última (1976-1983), completam hoje 41 anos de sustentada em defesa das causas mais justas

Da Prensa Latina, via Portal Vermelho –

Completa-se mais um aniversário dessa batalha que, passado todo este continuam em procura dos mais de 30 mil detidos-desaparecidos, as Mães são homenageadas nesta segunda-feira (30) nas por dezenas de usuários que as agradecem.

As mensagens a estas grandes mulheres sentem-se com força em twitter, onde muitos argentinos e também grandes personalidades  agradeceram “as mães do “.

Por sua vez a da Frente para a Vitoria, Cristina Britez ,sublinhou: “enfrentaram o terror. Superaram o medo. Nunca deixaram de procurar . Nunca exigiram vingança. Por tudo isto, quando dizemos ‘exemplo de luta’, não é uma frase feita. Ao contrário, dizemos que nos ensinaram e nos ensinam a lutar”.

Fotografias, frases e mensagens a essas mulheres guerreiras foram publicadas no twitter, onde as o #41añosdemadre e #41añosdelucha ocupam tendência na Argentina.

Diversas atividades de coletivos de se realizarão nestas jornadas e na sede da casa das Mães de Praça de Maio, sua presidenta Hebe de Bonafini comemorará os 41 anos de luta de uma maneira especial: cozinhar lentilhas com chocolate na sede da Associação.

Ao meio dia, mas no Cooperativa Hotel Bauen, as Mães de Praça de Maio-Linha Fundadora participarão em um almoço solidário organizado por H.I.J.Ou.S, que contará com a atuação de vários artistas.

Há 41 anos da primeira rodada aos pés da histórica pirâmide da Praça de Maio, as mães seguem ativas na luta, defendendo a dos detentos-desaparecidos, abraçando as causas mais nobres, uma luta permanente respaldada por milhares de argentinos que hoje lhe agradecem por seu exemplo de convicções e perseverança.

Madres Plaza de Mayo foto prensa latina

 

ANOTE AÍ:

Fonte: Prensa Latina

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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