MARIA BONITA: VIDA CURTA E INTENSA NO CANGAÇO

Maria Bonita: Vida curta e intensa no Cangaço

MARIA BONITA: VIDA CURTA E INTENSA NO CANGAÇOMaria Bonita nasceu no dia 17 de Janeiro de 1910 em Malhada da Caiçara, no atual município de Paulo Afonso, na . Era filha de José Gomes de Oliveira e Maria Joaquina Conceição de Oliveira.

Sua história é marcada por seu relacionamento com o cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, conhecido como Lampião.
 
Ela se tornou a companheira de Lampião em meados da década de 1930, e foi a primeira mulher a participar de um grupo de cangaceiros.
 
A vida de Maria Bonita no cangaço foi curta, mas intensa. Ela faleceu em 28 de Julho de 1938 em uma emboscada da polícia junto com Lampião.
 
Seus corpos foram decapitados e expostos ao público em Maceió.
 
A história de Maria Bonita se tornou um símbolo da feminina e da luta contra a opressão.
 
Ela é uma figura importante na história do Brasil, e sua é preservada até hoje.
 
Maria Bonita era conhecida por sua beleza e personalidade forte. Ela era uma mulher independente e não se submetia às regras tradicionais da sociedade.
 
 
 
 
 
Fonte: Fatos Históricos/ NÃO SOMOS invisíveis 
lampião e maria

Lampião, lá do Sertão!

“Bem no meio da Caantiga
E não falo do “fedô”!
Pois entendam que esse nome
(Seu menino, seu “dotô”)
é dado à vegetação
que cresce lá no
onde a história se “passô”
*
E foi em Serra Talhada
Num canto desse Sertão
Que nasceu um cangaceiro
O seu nome: Lampião
Para uns muito malvado
Para outros um irmão
*
Ele era muito brabo
Tinha muita atitude
Alguns dizem, hoje em dia
Que ele era o Robin Hood
Roubava do rico
Dava a quem só tinha um tico
De dinheiro e de
*
Ou talvez fosse um pirata
Mas não navegava não
Ele tinha um olho só
Também era Capitão
Comandava o seu bando
Com muita satisfação
*
O cabra era tão raivoso
Que se um pedacinho entrava
De comida entre os dentes
E muito lhe incomodava
Ele pegava um facão
E fazia uma extração
Que nem o dente sobrava!
*
E esse homem tão temido
Também tinha sentimento!
Um dia se apaixonou
E pediu em casamento
A tal Maria Bonita
Que lhe deu consentimento
*
Ela também era braba
E andava no seu bando
Demonstrou que a mulher
Também tem força lutando
e seguiu o seu marido
mundo afora, caminhando
*
Entre uma batalha e outra
Lampião se divertia
Gostava duma sanfona
E dançava com Maria
Seu bando fazia festa
Até o raiar do dia
*
Ele dançava forró
Xaxado e também baião
Gostava era das cantigas
Das noites de São João
*
Numa noite de Luar
Bem cansado de fugir
Da polícia que jamais
Cansou de lhe perseguir
Lampião olhou pro céu
Cantou antes de dormir:
*
“Olha pro céu meu
Vê como ele está lindo
olha praquele balão multicor
que lá no céu vai sumindo.”***
*
E assim adormeceu
Junto da sua Maria
A polícia os encontrou
Logo cedo no outro dia
*
Foi cantando uma cantiga
Sobre o céu do seu rincão
Que se despediu da vida
O temido Lampião
Que faz parte da história
e hoje vive na memória
de quem é da região
*
E é cantando esta canção
que eu encerro a poesia
de uma história que falou
de tristeza e alegria
vamos continuar no xote
me despeço com o mote:
Adeus, até outro dia!”
Um escrito com leveza, para iniciar a história de Lampião e Maria Bonita para a garotada! Optei por misturar estrofes em quadras, sextilhas e setilhas, pra ficar mais diverso, e no texto ainda deixo no ar um convite pra todo mundo cair na dança, que já já é São João!
***Trecho da “Olha Pro Céu”, de e José Fernandes 

 
MARIA BONITA: VIDA CURTA E INTENSA NO CANGAÇO

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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