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Mata de Araucárias

MATA DE ARAUCÁRIAS: O ECOSSISTEMA DO PINHEIRO-DO-PARANÁ

Mata de Araucárias: O ecossistema do pinheiro-do-paraná

Parte da Mata Atlântica, a Mata de Araucárias é um ecossistema que ocorre no sul do , estendendo-se pelos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e em manchas esparsas em e .

Embora nela predomine a existência do pinheiro-do-paraná, ou araucária, conhecido por científico, Araucária angustifólia, a Mata de Araucárias também abriga uma das maiores biodiversidades entre os brasileiros, com suas mais de 300 espécies vegetais e animais.

Diversificada, a flora da Mata de Araucárias tem plantas como: xaxim (Dicksonia sellowiana), pinheiro-bravo (Podocarpus lambertii), araçá (Psidium cattleianum), cedro-rosa (Cedrella fissilis), araticum (Annona rugulosa), imbuia (Ocotea porosa), -mate (Ilex paraguariensis), canela-guaicá (Ocotea puberula) e canela-lageana (Ocotea pulchella).

Com suas aves e roedores, a fauna da Mata de Araucárias constitui um elemento importante na dispersão das sementes. Ali vivem a gralha-azul, ave símbolo da Paraná, os esquilos, o gato-mourisco, a cutia, a jararaca, a capivara, o macaco-prego, a jaguatirica, o tamanduá, a preguiça-de-coleira e o mico-leão-dourado.

Bastante peculiar, a Araucária angustifólia é uma planta dioica (planta em que a flor masculina e a feminina nascem em árvores diferentes, o que torna a reprodução mais difícil) da família das coníferas. Seu tronco alcança 2 metros de circunferência e, na altura, chega em média aos 25-30 metros, mas há árvores de 50.

É da Araucária angustifólia, essa árvore de grande dimensão com madeira boa para o comércio, que vem o pinhão, essa semente deliciosa que movimenta milhões de reais para a da região. Na , o pinhão é semeado principalmente pelos esquilos e pela gralha azul, ave típica da Mata de Araucárias.

Porém, com o , tanto para a madeireira quanto para a expansão da área agrícola, a Mata de Araucárias, que originalmente ocupava cerca de 200.000 km2, foi reduzida a menos de 3% de sua área original. Para salvar o ecossistema, foi criado um plano nacional para a recuperação e preservação da Mata de Araucárias.


 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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