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Morre Aru Sompré, jovem líder da Nação Xerente, atacante do primeiro time indígena do futebol brasileiro

Paulo Aritana Sompré, o Aru Sompré, jovem líder indígena da Nação Xerente, atacante do primeiro time indígena do futebol brasileiro, encantou-se  na madrugada desta sexta-feira, 30 de março, vítima de um acidente de carro, na Rodovia BR-222, entre os Bairros São Félix e Morada Nova, perto do Residencial Tiradentes, .em Marabá, no no Sudeste do estado o Pará.
Segundo relatos da família, o carro de Aru, um Chevrolet Celta,  se chocou com um caminhão, quando o líder indígena regressava da casa de sua mãe, no Bairro do Amapá,  para sua aldeia Kyikatejê, no município de Bom Jesus do Tocantins, distante cerca de 450 quilômetros da capital Belém, onde acontecem os jogos indígenas. Aos 31 anos, além de líder comunitário, Aru era também um dos líderes do  Gavião Kyikatejê (fundado em 2009), o time de sua aldeia,
 Primeiro time indígena brasileiro a disputar a elite de um estadual brasileiro, a estréia do Kyikatejê ocorreu no dia 12 de janeiro de 2014, contra o Paysandu, na Curuzu, pelo Campeonato Paraense. Naquele dia, o Paysandu ganhou o jogo de 2×1,  mas o atacante Aru, com o corpo pintado seguindo as tradições de seu povo, de preto (da guerra) e vermelho (da força de vontade),  marcou o gol histórico do Gavião Kyikatejê. Aru também jogou em times como o Águia de Marabá, o Ananindeua e  times do interior do Estado de São Paulo.
 aRU SOMPRÉ QUARUP
NOTA DE PESAR DA NAÇÃO XERENTE 

 É com profundo pesar que a Nação Indígena Xerente recebe a nota de falecimento do lider Indígena Xerente, Paulo Aritana Sompré. (Arú Sompré), ocorrido na madrugada de sexta (30) em Marabá/PA.

Arú Sompré, descedente do povo Xerente, era morador da aldeia Gavião Krikatejê, município de Bom Jesus, região de Marabá/PA.
A perda do lider Arú representa uma dor imensa a seus familiares, aos grupos indigenas do Brasil em especial aos Xerente. Arú contribuiu muito com profissionalismo, representando muito bem a força e habilidade indígena no esporte e na cultura.

Quando a tragedia nos atinge tão de perto e finda a missão de um líder, é hora de reforçamos as nossas crenças e valores, nossa fé e união. Continuamos juntos nas alegrias, nas tristezas e nas dores.

À familia enlutada apresentamos a nossa solidariedade e respeito, pela imensa dor e tristeza, que com certeza, invade a alma e dilacera qualquer entendimento de logica.
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NOTA DE PESAR DA COIAB

Aru pesar Coiab 1

É com profunda tristeza que a COIAB vem comunicar a passagem de nossa liderança Aru Sompré, da aldeia Gavião Kyikatejê, do Pará, um jovem guerreiro, atleta profissional indígena que fez muitos jovens acreditarem no sonho neste meio., muito contribuiu com o esporte tradicional do povo Kyikatejê.

Esse ano 2018 tem nos reservado Esse ano 2018 tem nos reservado muitas perdas, o que os enche de dor e amargura, mas também de resistência. Sabemos que nossas lideranças deixam um legado muito importante para todos nós que acreditamos em um mundo melhor com respeito à diversidade dos povos.

A COIAB deixa aqui aqui seus mais sinceros sentimentos para toda a família Sompré, que possamos suportar juntos esse momento triste de nossa passagem aqui nesse plano e lembrando sempre que Aru Sompré celebrou a vida como um verdadeiro guerreiro que sempre  foi.

Nossos ancestrais se fortalecem com mais um guerreiro que encantou. A Amazônia sente dor pela perda de mais um jovem líder do movimento indígena.

Saudações indígenas,

Família COIAB

 

 

 

 

ANOTE AÍ:

Fotos: Acervo Aru Sompré

 

 

 

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

2 respostas

  1. Paulo Aritana Sompré, nosso Arú como chamávamos e como foi conhecido. Pra sempre será boas lembranças amamos e vamos amar suas lembranças pra sempre. A família Sompré fica imensamente agradecida pela publicação.

    De sua irmã Consuelo Sompré.

    Vi a tempos essa publicação, mas só agora estamos tendo força pra expressar algumas palavras.

    Arú está na morada de Deus.

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