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MST convida o povo brasileiro para conhecer as áreas de Reforma Agrária Popular

MST convida o povo brasileiro para conhecer as áreas de Reforma Agrária Popular

Jornada Nacional de Vivências no MST acontece entre os dias 1 a 10 de junho em todas as grandes regiões do país

Por Movimento Sem Terra/Mídia Ninja

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) realiza entre os dias 1 e 10 de junho a Jornada Nacional de Vivências no MST. A atividade, que ocorrerá em todas as regiões do país, abre as portas dos assentamentos e acampamentos para o povo brasileiro.

A ideia é que durante a jornada, algumas áreas da Reforma Agrária possam receber a visita de pessoas que apoiam o Movimento, para acompanharem de perto o dia a dia da produção de alimentos saudáveis, a organização produtiva e as lutas em defesa da democratização da terra de maneira prática.

Para o MST, a Jornada de Vivências será um momento central no ano para dialogar com a sociedade através da experimentação prática nos territórios de luta e resistência.

Ao longo da Jornada, os estados, onde o MST está organizado, realizarão uma série de atividades, sendo elas: plantio de árvores ou construção de roçados solidários, vivências agroecológicas, visitações, mutirões para construção de viveiros e casas de sementes, mutirões de hortos medicinais, entre outras ações.

Bárbara Loureiro, da direção nacional do Movimento, explica que o MST vive agora a “criminalização da luta pela terra e da Reforma Agrária”, com a realização da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST.

Ela sinaliza que a construção da Jornada de Vivências é mais uma ferramenta de ampliação da relação do Movimento com a sociedade.

“A jornada de vivências vem em um momento político em que o MST está sendo alvo da CPI, que quer criminalizar a luta pela terra, a luta do Movimento Sem Terra, do direito à ocupação de terras improdutivas para a realização da Reforma Agrária. A jornada de vivências acontece na semana do Dia Mundial do Meio Ambiente, 5 de junho, e é uma forma também de reafirmar o diálogo com a sociedade, posicionando a Reforma Agrária como uma necessidade estrutural para o nosso país.”

Bárbara afirma que a Jornada de Vivências possibilitará que os participantes tenham acesso a dimensões da luta do Movimento, como o cuidado e a recuperação dos bens comuns da natureza, a educação do campo, os processos de formação, da cooperação agrícola, da organização das mulheres e da juventude.

Atividades previstas

Até o momento, existem atividades da Jornada marcadas para 16 estados, nas cinco regiões do país. A proposta é que as atividades envolvam dezenas de assentamentos e acampamentos, além de escolas e centros de formação.

Na região Nordeste estão previstas ações de plantio de árvores e visitas guiadas em áreas do MST. No Sudeste ocorrerão atividades de formação com a juventude sobre o tema da questão ambiental e ações de plantio de árvores, construindo bosques da Reforma Agrária.

Nos estados do Sul estão sendo organizadas atividades formativas nas Escolas Itinerantes do Movimento, visitas aos viveiros da Reforma Agrária e a semeadura de quatro toneladas da Palmeira Juçara. Na região Amazônica estão previstas atividades no Instituto de Agroecologia Latino Americano (IALA) Amazônico, plenárias de estudo e debate, plantio de árvores, construção de viveiros, assembleias e intervenções nas áreas do Movimento.

Por fim, no Centro-Oeste brasileiro, as atividades girarão em torno da Jornada Universitária em Defesa da Reforma Agrária (Jura).

Fonte: Mídia Ninja       Capa: Matheus Alves


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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