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MUDANÇAS CLIMÁTICAS AGRAVAM EVENTOS EXTREMOS NA REGIÃO SUL

MUDANÇAS CLIMÁTICAS AGRAVAM EVENTOS EXTREMOS NA REGIÃO SUL

Mudanças climáticas agravam eventos extremos na região Sul do Brasil, e deixa mortos

Além dos eventos recentes no Sul, o Brasil tem enfrentado outros episódios climáticos extremos em diferentes regiões do país

Por Mídia Ninja/Redação

Um ciclone extratropical formado na noite de segunda-feira (4) no Rio Grande do Sul desencadeou uma série de eventos climáticos severos em mais de 50 cidades da região, e deixou mortes. Os estragos incluíram fortes rajadas de vento, aumento nos níveis dos rios, desabrigados e quatro mortes em três cidades. A influência das mudanças climáticas no aumento da frequência e da intensidade de eventos climáticos extremos chama atenção. Este ano, o Sul do Brasil já registrou diversas mortes em decorrência desses fenômenos, que não têm poupado outras regiões do país.

O ciclone extratropical teve origem em um sistema de baixa pressão e ganhou intensidade à medida que se deslocou em direção ao oceano. De acordo com o Climatempo, a tempestade deve se afastar do Brasil nesta terça-feira (5), mas áreas de altitude ainda podem enfrentar rajadas de vento de até 100 km/h.

Ainda existem 215 desalojados e o município de Nova Bassano registra o maior número, com 90 desalojados. As regiões Norte, Serra e Vale do Taquari foram as mais impactadas. Essa tendência de eventos climáticos extremos mais frequentes e intensos é uma preocupação global e coloca em destaque a necessidade de ações mais efetivas para combater as mudanças climáticas.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se manifestou em uma live pela manhã desta terça-feira, oferecendo apoio do governo federal. Helicópteros da Brigada Militar, Polícia Civil e Polícia Rodoviária Federal estão sendo utilizados nas operações de resgate e ajuda humanitária. As cidades mais atingidas foram Roca Sales e Muçum, onde moradores tiveram que buscar refúgio nos telhados durante uma enchente, e o Rio Taquari atingiu níveis recordes. Equipes de resgate atuaram intensamente para salvar pessoas ilhadas pela rápida elevação das águas.

Além dos eventos recentes no sul, o Brasil tem enfrentado outros episódios climáticos extremos em diferentes regiões do país. Inundações, deslizamentos de terra e secas prolongadas têm causado impactos significativos em áreas urbanas e rurais.

As tragédias no Sul incluíram a morte de um homem arrastado por uma correnteza no município de Mato Castelhano, outro que foi vítima de uma descarga elétrica em Passo Fundo e duas pessoas que morreram dentro de um veículo enquanto tentavam atravessar um rio em Ibiraiaras.

Fonte: Mídia Ninja. Foto: Exército.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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