Muhammad al-Durrah e o genocídio palestino

Muhammad al-Durrah e o genocídio palestino

Em 28 de setembro de 2000, o exército de de ocupação atacou o Nobre Santuário da Mesquita de al-Aqsa com vários oficiais israelenses de protegidos por 2.000 soldados. Muçulmanos palestinos dentro da mesquita de Al-Aqsa protestaram contra sua visita provocativa…

Por Juan Manuel P. Domínguez/via Mídia Ninja

No dia em que Muhammad al-Durrah foi assassinado, um grupo de palestinos furiosos se aproximou do assentamento israelense de Netzarim, no meio da Faixa de . Eles atiraram pedras nos soldados da ocupação israelense que montaram um posto de controle militar em seu portão leste.

Quando o menino e seu pai se esconderam atrás de uma pequena estrutura de concreto, Jamal al-Durrah gritou para os soldados israelenses pararem de atirar no menino. Seus gritos foram ignorados e Muhammd foi baleado várias vezes, morrendo no colo de seu pai.

Uma ambulância e um jipe ​​particular que queria vir socorrê-los foram atingidos por outra sequência de tiros. 45 minutos depois a calma voltou, lá se descobriu que Muhammad e os motoristas de ambos os veículos haviam morrido e Jamal estava gravemente ferido. O incidente provocou uma reação internacional furiosa, os palestinos aproveitaram a situação para transformar o menino em mártir e símbolo da . O exército israelense assumiu sua responsabilidade, mas diante da reação da comunidade judaica, em 2007, retirou sua aceitação da responsabilidade, duvidando da da . Na França, foi iniciado um julgamento para chegar à verdade dos acontecimentos e descobrir o que aconteceu nos 16 minutos que as câmeras não registraram.

“Muhammad tinha um caráter forte. Ele estava sempre do lado da verdade, defendia-a e ajudava os oprimidos. Ele também gostava de ajudar os outros com o pouco que podia”, disse ele. O martírio de meu filho “não foi esquecido pelo ”, disse Jamal. “Ele nunca será esquecido.”

O pai do menino, Jamal al-Durrah, renova seu apelo para que o regime israelense seja responsabilizado pelo assassinato de seu filho e por todos os crimes e massacres que cometeu contra o palestino.

Imagens do tiroteio correram o mundo. No entanto, nenhuma organização internacional jamais pediu que os assassinos do menino fossem levados à por seu assassinato. Vinte e dois anos se passaram desde o assassinato de Muhammad al-Durrah e o regime de apartheid de Israel continua a matar palestinos, incluindo .

https://xapuri.info/emprego-e-renda-acesso-cidadania-pelo-trabalho/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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