Muito cuidado com essa gente, Brasil

Muito cuidado com essa gente,

“Continuam pistoleiros, até a última bala”

Por Malu Aires – Via Facebook de Teresinha Pinto

Todo o timing é coordenado.

Dallagnol enfrentando o Supremo, Janot ameaçando o Supremo, a ANPR apoiando todo o balacobaco, a Globo chamando Barroso pra falar pomposo (Fachin e Fux estão queimados pra opinião pública).

Só não contavam que Gilmar Mendes daria uma voadora daquela, de pegar Janot de pistolinha na mão, numa batida da PF, em questão de horas… Praticamente, Gilmar pegou Janot de cueca arriada e riu.

Todo o timing da semana mais violenta contra o Supremo, preparado por Dallagnol, foi por água abaixo.

Tirou toda sua cavalaria de cima dos ministros e começou a se defender de ataques que chegavam, por toda a sexta-feira, de vazamentos do Intercept e do resultado negativo da fala de Janot.

A Vem Pra Rua do Bolsonaro, saiu em defesa de Janot, como defenderia todo o pistoleiro assassino.

Só piorou o descarado conluio criminoso.

Moro finge que não é com ele.

Gilmar tem apoio na para enquadrar Janot, inclusive, na Lei de Nacional (que Alexandre aplicou pra batida).

Quem passou junho, julho, agosto, setembro, dormindo com calmantes, pra não sonhar com Glenn Greenwald, o pesadelo da Lava Jato nas madrugadas, tá com medo de dormir e acordar com pontapé da PF de Gilmar na porta.

OAB pede detector de metais nos tribunais, depois dessa “janota”.
Bretas, num Rock’n’Rio de “Bolsonaro VTNC”, disse que achou que fosse fake news, todos os mais importantes acontecimentos do dia, na sexta-feira mais agitada dos últimos 20 anos (ou mais).

Foi difícil processar os dias 26 e 27 de setembro.

No desespero da busca e apreensão surpresa, lançam pedido pra Fachin soltar .

Dallagnol e sua turma continuam apontando arma pra cara da .

“Assine, Lula! Diga na nossa cara, minha, da Laura, do Roberto, que você aceita o processo e o cumprimento da pena em semiaberto. Vamos esfregar o acordo na cara do STF, pra mostrar que você assumiu a culpa, não tem conluio coisa nenhuma e Gilmar passou dos limites”.

Continuam pistoleiros, até a última bala.

Muito cuidado com essa gente, Gilmar Mendes.

Nessa semana que pareceu um ano, a gente fez um balanço dos nossos valores.

Mediu o peso das palavras.

A consequências dos nossos atos.

Ensinou o que é certo e errado, constitucionalmente, na marra, pras bochechas rosadas que não gostam de estudo e desprezam a justiça.

Mostrou que, se um ex-procurador Geral lavajatiano pode ser preso, qualquer um pode.

Nos capítulos seguintes, o bang-bang continua, até o último tiro de Dallagnol.

Janot foi, imediatamente, desarmado.

Tiroteio do Congresso dos EUA, pedindo explicação do papel do DoJ (Dep. de Justiça Norte-Americano), na presepada da Lava Jato. Quer saber que tipo de informação entre os dois países foi feita que não passou pelos canais oficiais democráticos. Quer saber se os procurados norte-americanos sabiam ou participavam do conjunto de condutas antiéticas e antidemocráticas, vazadas no Intercept. Que documentos foram traficados dos EUA, pra Curitiba.

Artilharia pra se defender de tanta acusação, Dallagnol, Laura, Roberto, não têm.

O cerco se fecha e a república dos antirrepublicanos guardará a última bala, como um nazista.

Muito cuidado com essa gente, Brasil.


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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