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Mulheres estão representadas em todos os parlamentos do mundo

Pela 1ª vez na história, mulheres estão representadas em todos os parlamentos do mundo

Pela 1ª vez na história, há mulheres parlamentares em todos os países do mundo. É o que afirma novo relatório da IPU, a União Interparlamentar, que atua pela democracia na sociedade. O levantamento também aponta que a participação feminina nunca foi tão diversa quanto agora.

Por Débora Spitzcovsk

As conclusões são baseadas em dados dos 47 países que realizaram eleições no ano passado. As pesquisas mostram que as mulheres ocupam uma média de 26% dos assentos disponíveis, representando um aumento de 2,3%, desde o último levantamento, divulgado em 2022.

Apesar da boa notícia, a União Interparlamentar alerta: este é o menor aumento na participação feminina em parlamentos dos últimos seis anos. Se seguir neste ritmo, o mundo levará mais 80 anos para alcançar a paridade de gênero nos parlamentos.

Segundo Martin Chungong, secretário-geral da União Interparlamentar, um dos grandes fatores para esse cenário é o “clima de sexismo, assédio e outras violências contra mulheres que presenciamos em todo o mundo”. Ele pede para que os representantes homens dos parlamentos ajudem a combater tais questões.

Já Lesia Vasylenko, presidente do Escritório das Mulheres Parlamentares da União Interparlamentar, ressaltou o fato de que toda mulher eleita “leva os parlamentos para um passo mais perto de se tornarem mais inclusivos e representativos”.

O Brasil foi um dos destaques do relatório por ter registrado número recorde de candidatas negras concorrendo nas eleições de outubro de 2022. Foram quase 27 mil candidatas, das quais 4.829 se identificam como negras. Além disso, a ativista indígena Célia Xakriabá, eleita deputada federal, foi capa do relatório da IPU.

Nova Zelândia, Cuba, México, Nicarágua, Ruanda e Emirados Árabes Unidos também foram destaque no documento por serem os seis únicos países do mundo a já terem conseguido atingir a paridade de gêneros em parlamentos. Ruando ocupa o primeiro lugar no ranking, com mulheres ocupando pouco mais de 60% dos assentos parlamentares na chamada Câmara Baixa. Na Câmara Alta, elas ocupam 34,6% dos assentos.

Autor: Débora Spitzcovsk. Disponível em: The Green Post. Foto: Célia Xakriabá (Douglas MAGNO/AFP).


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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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