O Bisnau e seus Petroglifos
Formosa, Goiás, é um município integrante da chamada RIDE – Região Integrada de Desenvolvimento Econômico – no entorno de Brasília-DF, com riquíssimos sítios arqueológicos, como a Toca da Onça e o Sítio Arqueológico do Bisnau, em que poucos vão e cuja história poucos conhecem; alguns sequer sabem que existem.
Por Francisco Paulo Falbo Gontijo
O Sítio Arqueológico do Bisnau encontra-se próximo à BR-020, a pouco mais de 40 quilômetros do centro da cidade de Formosa. Lá, além de diversas inscrições rupestres, há um enorme lajedo de mais de 2.000 metros quadrados com diversos petroglifos, escavações em baixo relevo na rocha, formando, em sua maioria, figuras geométricas.
Diferem dos achados da Toca da Onça em diversos aspectos. Primeiro, quanto à técnica empregada na confecção, já que não é uma pintura rupestre, mas um petroglifo. São inscrições diferentes das da Toca da Onça quanto à representação, pois ali encontramos figuras geométricas muito bem-feitas, alinhadas, assemelhando-se mais, em sua maioria, a uma tentativa de representação de alinhamento dos astros.
Não houve, até o momento, um estudo efetivo acerca da idade dos petroglifos do Bisnau, restando, portanto, controvérsias quanto à sua real datação, variando entre 4.500 e 18.000 anos. Parece também, efetivamente, não ter sido o mesmo povo que deixou seus vestígios na Toca da Onça, dada a técnica empregada.
Tanto a Toca da Onça quanto o Bisnau situam-se em fazendas, propriedades privadas na Zona Rural de Formosa, não tendo havido, até então, notícia de qualquer esforço do poder público para o tombamento, a proteção e a divulgação dos referidos sítios, estando os mesmos, ainda hoje, sujeitos ao uso que julgarem pertinente os proprietários.
Estão, ainda hoje, expostos ao vandalismo ou, como no caso do Bisnau, também sofrendo os desgastes da passagem do gado que ali é criado, pisoteando sem óbices as inscrições, destruindo, pouco a pouco, os vestígios da pré-história de Formosa.
Portanto, mais surpreendente do que o que essas fontes revelam é o fato de terem resistido às ações do tempo e da natureza, às omissões do ser humano, ao abandono.
Francisco Paulo Falbo Gontijo – Paulinho MPB, é professor e radialista. Possui Mestrado Profissional em Ensino de História pela UFMS com a Dissertação de Mestrado: Guia didático da história de Formosa-GO: entre a história e a memória – releituras para o ensino de história, em 2018. Imagem: Foto Strada.
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