O Brasil perdeu pra morte… E se perdeu!

O perdeu pra … E se perdeu!
 
O Brasil perdeu no jogo, porque ANTES, ele já tinha perdido tudo. Perdeu pra . Perdeu pra morte. Perdeu pra vacina. Perdeu pro golpe. Perdeu pra . E se perdeu. Só entrou em campo, pra confirmar o que já sabemos. Que nós perdemos…
 
 
O Brasil perdeu pra Argentina num Maracanã com 2 mil pessoas. Nem na pior profecia a gente ia conceber um cenário tão cheio de fracasso por metro quadrado.
 
Na verdade, vazio o Maracanã não tava. As cadeiras vazias, ocupadas por 531 mil almas.
Por 116 milhões de famintos.
 
Um Brasil que vestiu uma camiseta que se tornou símbolo do neofascismo supremacista branco. De jogadores covardes e mercenários.
 
De uma CBF de abusadores sexuais. De um Maracanã superfaturado. Num campeonato que não deveria existir. Num Rio banhando em sangue. Num Brasil miliciano.
 
Jogadores que não significam nada, vestidos com uma camisa que não significa nada, de um esporte no meio do velório, de um país que não significa nada.
 
As pessoas jogando bola do lado dos caixões.
 
O Brasil perdeu no jogo, porque ANTES, ele já tinha perdido tudo. Perdeu pra fome. Perdeu pra morte. Perdeu pra vacina. Perdeu pro golpe. Perdeu pra História. E se perdeu. Só entrou em campo, pra confirmar o que já sabemos.
 
Que nós perdemos.
 
PARABÉNS , ANDERSON!
 
Eu não sei quem é Anderson França. Não tenho a menor ideia de quem seja. Mas sabe o que tu querias ter escrito? Como disse uma vez : “Certas canções que ouço cabem tão dentro de mim, que perguntar carece, como não fui eu quem fiz?” É mais ou menos isso. É por aí. É EXATAMENTE por aí. Anderson, parabéns ! Uma NAÇÃO — aquela feita de gente que ainda não sucumbiu na perversidade e na psicopata assustadora — te aplaude. Eu te aplaudo!
Vi este post na página de Larissa Medeiros Melo Martins, minha amiga, enfermeira de um hospital público daqui da Asa Sul, que vê todo dia o tamanho deste horror. Obrigado, Larissa!
 
Este comentário  é do  jornalista Marcelo Abreu . Pois bem, Marcelo Abreu, você tem razão, este  é um daqueles textos que eu também gostaria de ter escrito.  Gratidão por ter mandado o zap insistindo parque eu lesse o seu post. Anderson falou tudo! 
 
Nota da Redação: Achado do jornalista Marcelo Abreu. Matéria composta por Zezé Weiss. A capa é de um meme encontrado na internet, sem identificação de autoria.
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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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