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“O de comê tá na mesa” Receitas de arroz da Dona Canô

“O de comê tá na mesa” Receitas de arroz da Dona Canô

Todo prato combina com arroz. O arroz é tão presente à mesa que se inventou a expressão “arroz de festa” para as pessoas que estão em todos os lugares. Como “beiju de massa que em todo lugar se acha”.

Por Mabel Velloso

ARROZ BRANCO

Colocar água para ferver, o bastante que dê para mergulhar todo o arroz. Botar uma colherinha de sal e jogar dentro o arroz catado e lavado. Deixar cozinhar até amolecer. Escorrer e servir quente. Arroz simples que serve para acompanhar qualquer comida. Observação: deixar para colocar o sal depois que a água estiver quente faz a água ferver mais rápido.

ARROZ COM ALHO

Colocar numa panela um pouco de azeite doce. Machucar bem dois dentes de alho com sal e jogar no azeite; deixar dourar um pouco; jogar o arroz e  mexer; acrescentar água fervente, o suficiente para cobrir o arroz, e deixar cozinhar até ficar macio.

ARROZ TEMPERADO

Colocar numa panela um pouco de azeite doce e acrescentar alho e cebola bem machucados com sal. Deixar dourar um pouco. Botar a água e o arroz. Juntar um pouco de extrato de tomate, para ficar coradinho, e tempero verde. Podem-se acrescentar ervilhas, cenoura cortada em pedacinhos, passas.

ARROZ DE VIÚVA

Levar o arroz a cozinhar no leite de coco; pouco sal. Deixar cozinhar até o arroz ficar mole e encorpado.

ARROZ COM SURURU

Primeiro, preparar o ensopado de sururu. Se o sururu ainda estiver na casca, lavar bem lavado e levar a ferver. Quando as conchas se abrirem é porque está no ponto. Escorrer e retirar da casca, um por um, e lavar novamente antes de jogar no tempero. Se o sururu já estiver aferventado e catado, lavar bem lavado e levar a cozinhar com leite de coco, tomate, cebola, pimentão, coentro, extrato de tomate, azeite doce, um pouco de sal, até ficar com pouco caldo. Reservar. Cozinhar o arroz com água e sal, escorrer e juntar ao ensopado de sururu.

ARROZ COM CARNE-SECA

Aferventar a carne seca, para retirar o excesso de sal, escorrer e picar em pedacinhos. Fritar no óleo com cebola. Reservar.  Cozinhar o arroz com água e pouco sal. Escorrer e juntar à carne-seca; misturar e, na hora de servir, acrescentar o tempero verde.

ARROZ APROVEITADO

Ao arroz cozido que sobrou, juntar ovos batidos, um pouco de queijo ralado e misturar. Fritar às colheradas, como se fosse acarajé. Colocar no papel-toalha para tirar o excesso de gordura. Podem-se acrescentar carne moída, pedacinhos de frango.

Mabel Velloso – Escritora, em “O sal é um dom – Receitas de Dona Canô”, Casa da Palavra, 2015.

 


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Réquiem para o Cerrado – O Simbólico e o Real na Terra das Plantas Tortas

Uma linda e singela história do Cerrado. Em comovente narrativa, o professor Altair Sales nos leva à vida simples e feliz  no “jardim das plantas tortas” de um pacato  povoado  cerratense, interrompida pela devastação do Cerrado nesses tempos cruéis que nos toca viver nos dias de hoje. 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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