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O MITO DE ARANÃMI SOBRE O INÍCIO E O FIM DE TUDO

O MITO DE ARANÃMI SOBRE O INÍCIO E O FIM DE TUDO

O mito de Aranãmi sobre o início e o fim de tudo

Para os Araueté, do médio (PA), um deus  indignado, Aranãmi, criou o mundo:

Triste com um insulto da esposa, o deus Aranãmi começa a cantar e tocar seu chocalho. Com isso, cria o solo terreno e mais três níveis: dois celestes e um subterrâneo, com um rio e suas ilhas.

O MITO DE ARANÃMI SOBRE O INÍCIO E O FIM DE TUDO
: Superinteressante

Alguns homens sobem até o primeiro nível celeste e se tornam seres divinos. Outros se elevam ainda mais, indo morar na segunda camada, o Céu Vermelho.

O MITO DE ARANÃMI SOBRE O INÍCIO E O FIM DE TUDO
Arte: Superinteressante

O solo então se rompe. Os homens caem no rio subterrâneo e quase todos são devorados por uma piranha e um jacaré gigantes. Os que escapam ficam vivendo nas ilhas.

Quando um habitante das ilhas morre, sua se divide em dois espíritos: um vaga por certo pela ; o outro fica na primeira camada celestial, em contato com os deuses.

O MITO DE ARANÃMI SOBRE O INÍCIO E O FIM DE TUDO
Arte: Superinteressante

De acordo com o , um dia a camada celeste se romperá. A partir daí, os seres humanos e divinos ficarão misturados e não haverá diferença entre o mundo dos mortos e o dos vivos

Fonte: Super Interessante

PRINCIPAIS DEUSES INDÍGENAS BRASILEIROS

DEUSES DA RELIGIÃO

Tupã: deus criador da terra, dos mares e do céu. É o criador dos animais, plantas e árvores. Para os tupi-guarani, foi Tupã que ensinou a agricultura para os índios.

Guaraci: é o deus Sol, filho do grande Tupã. De acordo com a tupi-guarani, Guaraci ajudou Tupã na grande obra da criação.

Jaci: é a deusa Lua da mitologia tupi-guarani. Filha de Tupã, ela é a protetora da reprodução e dos amantes.

Ceuci: deusa protetora das casas indígenas e das plantações.

Sumé: é a deusa das regras e leis dos índios. De acordo com os , foi ela quem transmitiu os conhecimentos do cozimento da mandioca aos indígenas.

Anhangá: espécie de deus do inferno e do mal.

DEUSES DE RELIGIÕES DE OUTROS POVOS INDÍGENAS

 Yorixiriamori: divindade Ianomâmi que possuía forma de pássaro. Nos mitos, aparece cantando para as mulheres indígenas.

Akuanduba: divindidade dos indígenas da nação Arara. De acordo com um mito, ele era o responsável pela ordem no mundo, fato conseguido pelas músicas que tocava com sua flauta mágica.

Wanadi: deus dos índios Iecuna. Ele é o pai dos seres que criaram o mundo.

Yebá Beló: divindade feminina dos índios Dessana. De acordo com a mitologia desse povo, ela é a criadora de todas as coisas do mundo.

Aranãmi: deus dos Araueté. De acordo com o mito de criação, Aranãmi criou, com seu canto e som do chocalho, a terra, os rios, as ilhas, o subterrâneo e o céu.

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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