O Movimento Bumerangue do Ser Humano ante a Vida

A Vida Bumerangue Com Sua Flexibilidade –

Por: Padre Joacir S. D´Abadia

Na , o ser humano persiste no movimento bumerangue. Ora tem muito valor nas mãos das instituições, ora é desprestigiado pelas mesmas.

O flexível, que antes recebia prestígio, por estes dias não em seu devido valor considerado. Como as normas vigentes, que valem enquanto estão lembrando-se de sua promulgação.

Nada pode ser traduzido como simplesmene fácil de atingir seu ponto de equilíbrio. Dificultar nem sempre é um bom caminho para se chegar ao meio termo.

A palavra com elasticidade na tradução, pode até ser prazerosa de se falar, mas não pode ser tão vivamente querida no quesito “tradução.” Ter muitas opções requer interpretações para se dizer o que foi pensando para ser dito. O sinônimo pode fazer de um grande meras palavras juntadas. Porém, neste caso, a flexibilidade da palavra vai torná-la vazia de si mesma. Sendo explicada até se deparar com seu verdadeiro siginificado.

O vai passando. E o ser humano também muda. Ele é integrante do universo mutante. O muda. É perfeito para todos os viventes. Basta ter um pouco de criatividade. Quem consegue criar, propor mudanças, este não deveria ofender ninguém, mas deveria merecer respeito frente aos poucos que se destacam. Sem criatividade ou expectativas, as pessoas não vão sair de onde estão!

Aqueles que criaram um dia um caminho novo neste mundo que se transforma a cada instante, eles são os que dominam, na atualidade, os mais diversos e sofisticados empreendimentos, nos quais geram empregos e oportunidades para muitos. É uma grande responsabilidade ser alguém criativo. Pois criar exige renunciar, às vezes, à própria vida.

A honra emocionalmente perturbada por uma angústia tomada pelo desespero não consegue suportar a dramaturgia da vida. Viver é perigoso para quem não gosta de desafios. A vida é uma incerteza de permanência. Não saber o que acontecerá no próximo dia faz da vida um desafio incessante. Uma concorrência desleal: Do próprio ser humano com seu intento de viver neste mundo perigoso.

As vítimas da demora humana com seu viver nem sempre conseguem entrar na elasticidade da vida. Contudo, esta demora sempre faz vítimas. Quando essa morosidade chega aos hospitais, vidas humanas são ceifadas. Por outro lado, em se tratando de nossa , são os que pagam com suas próprias vidas.

Sempre que o ser humano deixa de se preocupar rapidamente com seus afazeres cotidianos, vidas são sucumbidas, seja entre os humanos, seja entre os animais. Pois ambas as vidas no mundo têm seus valores, apesar de que são atingidas constantemente pelo movimento frágil de suas existências.

Na vida você aprende que: realmente pode suportar todas as adversidades, pois é forte; pode ir muito mais longe depois de haver pensado que não podia voltar atrás; que você tem valor e responsabilidades diante da vida e, sabendo que a vida, talvez, a cada instante e momento, se torne um bumerangue com sua flexibilidade.

Então, por fim, a vida perdeu seu valor, ou foi o bumerangue da sua flexibilidade?

ANOTE AÍ:

Joacir pb

Padre Joacir Soares D´Abadia – Filósofo. Autor, dentre outros, do mais recente “A Incógnita de Cully Woskhin” – Palavra e Prece – 2018.

 

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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