O Orfanato de Lázaro
Por Weiller Diniz/brasil247
Muitos deles pereceram durante a peregrinação macabra do capitão e seguem desamparados O missionário da morte e pastor do cercadinho sempre renega seus seguidores. É um vigário pusilânime e sempre que encurralado, sacrifica seus sacerdotes para proteger o próprio pescoço e dos filhos. A falange é extensa e as reclamações de abandono recorrentes. Se escarneceu das mais de 608 mil vítimas da Covid-19, imagine dos fiéis tombados. Adeptos da cultura do descartável não são solidários.
Conhecido pregador das cadeias, Roberto Jefferson, que se refestelou em todas as ceias governamentais desde Fernando Collor, praguejou contra a democracia pecaminosamente na adoração ao chefe Bolsonaro. Foi orar nos altares do xilindró pela segunda vez. Por roubar os donativos dos devotos petistas no escândalo do mensalão foi batizado na cadeia pela primeira vez em 2014, mas ficou muito pouco tempo trancafiado, menos de 1 ano e meio dos mais de 7 anos da sentença.
As imprecações vocalizadas por esse Barrabás da delinquência são diabólicas. Os alvos mais recorrentes do tridente satânico foram o STF e a CPI da pandemia do Senado: “Organização Criminosa é o Supremo. Orcrim. Uma organização de crime contra a Constituição, contra a dignidade humana”, vociferou. Depois pregou abertamente um golpe contra os ministros do STF: “aposenta dez ministros do Supremo, menos o Kassio, (…).
Mas pega aqueles dez satanazes… as duas bruxas e os oito satanazes, você aposenta, manda pra casa.” “Tirando esses caras de lá já é uma limpeza; já é uma patrolada. (…) aquelas duas bruxas e aqueles nove urubus que tem lá. Nove não, oito. (…) Duas bruxas e oito urubus…”.
Preso, Jefferson logo descobriu que suas preces fervorosas não sensibilizaram o guru espiritual, que tem ignorado tanto as elegias quanto as chantagens. Em uma das epístolas banguenses lamuriou: “Bolsonaro é um homem honrado, mas não recolhe seus feridos. Sequer demonstra solidariedade com seus combatentes. Fiz duas cartas para ele. Nunca o PR (Presidente da República) mandou um cartão dizendo ‘saúde, minha solidariedade’. Ao contrário, ele se distanciou de nós manteve o silêncio obsequioso”. Diante do voto de silêncio renitente, Jefferson amaldiçoou: “O presidente tentou uma convivência impossível entre o bem e o mal. Acreditou nas facilidades do dinheiro público. Esse vício é pior que o vício em êxtase.
Quem faz sexo com êxtase tem o maior orgasmo ou ejaculação que o corpo humano de Deus pode proporcionar. Gozou com êxtase, para sempre dependente dele. Desfrutou do prazer decorrente do dinheiro público, ganho com facilidade, nunca mais se abdica desse gozo paroxístico que ele proporciona. Bolsonaro cercou-se com viciados em êxtase com dinheiro público; Farias, Valdemar, Ciro Nogueira, não voltará aos trilhos da austeridade de comportamento. Quem anda com lobo, lobo vira, lobo é. Vide Flávio”.
Weiller Diniz Jornalista especializado em cobertura política, ganhador do prêmio Esso de informação Econômica (2004) com passagens pelas redações de Isto É, Jornal do Brasil, TV Manchete, SBT. Também foi diretor de Comunicação do Senado Federal e vice-presidente da Radiobrás, atual EBC.
Foto de Capa: Super Rádio Tupi.

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