O que faz você feliz?

O que faz você feliz?

O que faz você feliz? A lua, a praia, o mar, uma rua, passear, um doce, uma dança, um beijo ou goiabada com queijo?

Afinal, o que faz você feliz? Chocolate, paixão, dormir cedo, acordar tarde, arroz com feijão, matar a saudade, o aumento, a casa, o carro que você sempre quis ou são os que te fazem feliz?

Dormir na rede, matar a sede, ler ou viver um romance, o que faz você feliz?

Um lápis, uma letra, uma conversa boa, um cafuné, café com , rir a toa, um pássaro, um parque, um chafariz ou será o choro que te faz feliz?

A pausa para pensar, sentir o esquecer o , o céu, o sol, um som, a pessoa ou o lugar, agora me diz o que faz você feliz?

O que faz você feliz? Aquela caseira, arroz com feijão, brincar a tarde inteira, o molho do macarrão, ou é o cheiro da cebola fritando que faz você feliz?

O papo com a vizinha, o bife, a batatinha, a goiabada com queijo, um doce ou um desejo, afinal o que faz você feliz?

O que faz você feliz? Ficar de bobeira, assaltar a geladeira, comer frango com a mão, tomar água na garrafa, passar azeite no pão ou é namorar a noite inteira que faz você feliz?

Rir e brindar a toa, um , uma conversa boa, fazer um dia normal virar uma noite especial, afinal, o que faz você feliz?

O que faz você feliz? Comer morango com a mão, por açúcar no abacate, brincar com melão, goiaba, romã, jabuticaba ou é o gostinho de que faz você feliz?

Cuspir de melancia, falar besteira, ficar sem fazer nada plantar bananeira, ou comer banana amassada?
Afinal, o que faz você feliz?”
______________
Arnaldo Antunes

Fonte: Facebook
[smartslider3 slider=25]

[smartslider3 slider=43]

 

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

REVISTA