OLORUM

OLORUM EKÊ: UM POEMA DE SOLANO TRINDADE

Olorum Ekê: Um poema de Solano Trindade

Por Solano Trindade

Olorum Ekê – disse.

Olorum Ekê

Eu sou poeta do povo

Olorum Ekê

A minha bandeira

É de cor de sangue

Olorum Ekê

Olorum Ekê

Da cor da revolução

Olorum Ekê

Meus avós foram escravos

Olorum Ekê

Olorum Ekê

Eu ainda escravo sou

Olorum Ekê

Olorum Ekê

Os meus filhos não serão

Olorum Ekê

Olorum Ekê

Nota:
Os dizeres “Olorum Ekê”
são uma expressão
Iorubá que significa
povo do santo guerreiro”.

Solano Trindade – Poeta. Folclorista. Pintor. Teatrólogo. Embaixador da Afro-Brasileira.

OLORUM EKÊ: UM POEMA DE SOLANO TRINDADE
Super Interessante

Olorum: O que é e qual o seu significado?

Olorum é uma divindade suprema do panteão africano, mais especificamente da iorubá. Também conhecido como Olodumaré, Olorum é considerado o criador de tudo que existe no universo, sendo responsável por trazer à existência os orixás, seres divinos que governam diferentes aspectos da humana e natural.
Na cosmologia iorubá, Olorum é visto como o princípio primordial, o ser supremo que está além de qualquer compreensão humana. Ele é considerado o criador do céu, da e de todas as formas de vida que existem. Olorum é descrito como um ser imaterial, sem forma física, e é considerado onipotente, onisciente e onipresente.
De acordo com a mitologia iorubá, Olorum criou o e tudo que nele habita através de sua palavra. Ele é visto como o grande arquiteto do universo, o responsável por estabelecer as leis e os princípios que regem a existência. Olorum é considerado o guardião da ordem cósmica e é reverenciado como o ser supremo a quem todos os orixás e seres humanos devem prestar culto.
Os seguidores da religião iorubá acreditam que Olorum está presente em todas as coisas, permeando o universo com sua energia divina. Ele é visto como o princípio vital que anima todas as formas de vida e é responsável por manter o equilíbrio e a harmonia no mundo. Olorum é considerado o pai de todos os orixás e é reverenciado como o protetor e provedor de seus filhos.
Para os seguidores da religião iorubá, Olorum é uma figura transcendental, que está além da compreensão humana. Ele é visto como um ser de amor e misericórdia, que está sempre disposto a ajudar seus filhos em suas necessidades. Olorum é considerado o juiz supremo, que recompensa os justos e pune os injustos.

OLORUM EKÊ: UM POEMA DE SOLANO TRINDADE
Facebook

Os rituais e as práticas religiosas dedicadas a Olorum variam de acordo com as tradições locais e as crenças individuais.
No entanto, em geral, os seguidores da religião iorubá acreditam que é importante manter uma relação de respeito e reverência com Olorum, através de orações, oferendas e rituais específicos.
Os seguidores da religião iorubá acreditam que Olorum é acessível através de seus intermediários, os orixás. Os orixás são considerados os mensageiros de Olorum, que atuam como intermediários entre os seres humanos e o divino.
Eles são reverenciados como divindades que governam diferentes aspectos da vida humana, como o amor, a fertilidade, a guerra, a sabedoria, entre outros.
Além disso, Olorum é frequentemente associado à criação e à fertilidade. Ele é visto como o responsável por trazer à existência todas as formas de vida e é reverenciado como o provedor de todas as coisas boas.
Os seguidores da religião iorubá acreditam que é importante reconhecer e agradecer a Olorum por suas bênçãos, através de rituais e práticas religiosas específicas.
Embora a religião iorubá tenha suas na Ocidental, ela se espalhou para diferentes partes do mundo, especialmente durante o período da diáspora africana. Hoje, existem comunidades de seguidores da religião iorubá em diversos países, incluindo o Brasil, onde a religião é conhecida como .
No Brasil, o culto a Olorum é realizado de forma sincrética, mesclando elementos da religião iorubá com o catolicismo. Os seguidores do candomblé acreditam que Olorum é o mesmo Deus adorado pelos católicos, e muitas vezes o associam a figuras como o Senhor do Bonfim e o Coração de .
Em resumo, Olorum é a divindade suprema da religião iorubá, considerado o criador de tudo que existe no universo. Ele é reverenciado como o princípio primordial, o grande arquiteto do universo, que governa e mantém a ordem cósmica.
Olorum é visto como um ser transcendental, que está além da compreensão humana, mas que está sempre presente e disposto a ajudar seus filhos. Através dos orixás, os seguidores da religião iorubá buscam estabelecer uma relação de respeito e reverência com Olorum, reconhecendo sua importância como o criador e provedor de todas as coisas boas.

 

 

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

REVISTA