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ONU: para evitar seca e desertificação mudança nos padrões de consumo são necessários

ONU pede mudança nos padrões de consumo para evitar seca e desertificação

 

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Combater a degradação dos solos é uma meta do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) nº 15. Foto: Flickr/Tobias Sieben (CC)

Em mensagem para o Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca, lembrado neste domingo (17), a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, alertou que 120 mil quilômetros quadrados de terra se tornam inférteis todos os anos, por causa da desertificação. A área afetada por esse “desastre contínuo e silencioso”, segundo a dirigente, equivale a metade do território do Reino Unido. ONU faz apelo por mudanças na gestão dos solos e recursos naturais.

“O fenômeno da degradação da terra ocorre nas áreas secas do planeta, que cobrem 40% da superfície do planeta e é onde habitam 2 bilhões de pessoas”, disse a chefe da agência da ONU. A iniciativa Economia da Degradação da Terra estima que são perdidas por ano 75 bilhões de toneladas de solo de terras aráveis. Sua preservação em nível global poderia liberar ganhos econômicos anuais de 400 bilhões de dólares.

Audrey ressaltou que a desertificação tem consequências drásticas para a natureza e para as pessoas que dependem dela: a destruição de ecossistemas inteiros, a aceleração da mudança climática, barreiras ao desenvolvimento e o aumento da pobreza.

“De acordo com o Secretariado da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação (UNCDD), é provável que, até 2030, 135 milhões de pessoas migrem em todo o mundo, devido à deterioração da terra onde vivem”, acrescentou a autoridade máxima da UNESCO.

Dados da UNCDD revelam também que um terço de todas as terras do planeta já estão severamente degradadas. Ao longo dos últimos 30 anos, dobrou o consumo das reservas e recursos naturais do mundo. Atualmente, mais de 1,3 bilhão de pessoas já vivem em comunidades agrícolas onde o solo está degradado.

“Por meio do Programa O Homem e a Biosfera, do Programa Internacional de Geociências e Geoparques e do Programa Hidrológico Internacional, a UNESCO está trabalhando para promover a agricultura e os sistemas alimentares integrados, assim como os padrões sustentáveis de uso da terra, em mais de 800 locais em todo o mundo”, completou Audrey.

Escolhas individuais, consequências globais

Também por ocasião do dia internacional, a secretária-executiva da UNCDD, Monique Barbut, pediu compromissos de cidadãos e empresas para proteger os solos e preservar seu potencial produtivo. Segundo a especialista, o crescimento populacional e mudanças nos padrões de consumo têm aumentado a pressão do homem sobre os recursos “finitos” dos ecossistemas.

“Felizmente, com mudanças no comportamento corporativo e do consumidor e com a adoção de planejamento mais eficiente e práticas sustentáveis, pode haver o suficiente para todos. Terra suficiente para fornecer comida e água para todos”, afirmou Barbut.

“Então, eu gostaria de pedir a vocês: quando escolherem o que comer, o que vestir ou o que dirigir, pensem em como sua escolha tem impacto sobre a terra, para melhor ou pior. Somos todos tomadores de decisão. Nas nossas vidas diárias, nossas escolhas têm consequências. E nossas pequenas decisões podem transformar o mundo.”

De acordo com a iniciativa Economia da Degradação da Terra, a conservação dos solos também é um bom investimento. O combate à erosão que afeta 105 milhões de hectares poderia poupar 62,4 bilhões de dólares em recursos líquidos ao longo dos próximos 15 anos. Outra medida é melhorar os estoques de carbono por meio de solos agrícolas, o que poderia gerar um valor potencial no mercado de carbono de 96 a 480 bilhões de dólares por ano.

Uma das metas do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS) nº 15, sobre a proteção da vida terrestre, é alcançar zero degradação dos solos até 2030.

ANOTE AÍ

Fonte: ONU Brasil

Block

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

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