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OS FIOS DE CONTAS DOS ORIXÁ E SUAS CORES

OS FIOS-DE-CONTAS DOS ORIXÁS E SUAS CORES

Os  fios-de-contas dos Orixás e suas  

Feitos de diversos materiais e cores, os fios trazem a proteção do orixá representado pela cor das contas

Por Alba Vasconcelos /Fio Azul

As Cores dos fios-de-contas de cada :

Exú – Contas Pretas intercaladas com Contas Vermelhas ou contas Cinzas

Ogum – Contas Verde ou azul marinho

– Contas Azul-turquesa

Omolú – Contas Brancas Raiadas de Preto e Marrom

Jagun – Contas brancas rajadas de preto

Oxumaré – Contas verdes Raiadas de Amarelo

Ossaim – Contas Verdes rajadas de branco

Iroko – Contas Verdes intercaladas ou não com Contas marron ou brancas 

Logun Edé – Contas Azul-turquesa intercaladas com Contas douradas

– Contas Douradas ou Contas de Âmbar

Iemanjá – Contas Brancas translúcidas ou Contas de Cristal

Iansã – Contas Marrom ou Contas de Coral

Obá – Cinco Contas Vermelho escuro intercalada com uma Conta Amarela, podem ser tipo cristal

Ewá – Contas Vermelhas rajadas de amarelo

Nanã – Contas Brancas Rajadas de Azul marinho

Xangô – Contas Vermelhas ou marron intercaladas com Contas Brancas

Airá – Contas Brancas rajadas de marron ou vermelho

Oxalá – Contas Branco Leitoso

Oxaguian – Contas brancas intercaladas com 8 seguís.

Nota da Redação: Encontramos o texto cima e esta foto linda (abaixo)  na capa no Facebook de Alba Vasconcelos. Lemos o texto. Amamos. Desejamos muito sucesso para a Alba!

OS FIOS DE CONTAS DOS ORIXÁ E SUAS CORES
Foto: Alba Vasconcelos/Facebook

FIOS DE CONTAS

Um fio de contas, brajá, guiacolar de santo ou cordão de santo é um colar usado pelos adeptos das religiões de matriz africana. Geralmente, é feito de miçangas coloridas, sendo que a cor do colar indica o orixá, inquice ou vodum do seu usuário. Cada fio de conta tem um significado: através do fio de conta é que se pode saber o grau de iniciação de uma pessoa no candomblé e a que nação pertence. Nunca é feito com fio de nylon: é sempre feito com cordonê para absorver o axé do amassi e do abô feitos de folhas sagradas a que o indivíduo é submetido e outros axés.

Pode ser chamado de fio de conta desde um fio único de miçangas até um colar com vários fios presos por uma ou várias firmas. A quantidade de fios pode variar de uma nação para outra na correspondência de cargos. Pode ser feito de gomos intercalados com firmas. Na hierarquia do candomblé, toda pessoa que entra para a religião será um abiã e ficará assim até passar pela iniciação.

Tipos

  • Iã ou Inhã – ao abiã, só é permitido o uso de fio de contas simples, de um fio só: um na cor branco-leitoso, que corresponde a Oxalá, Lembá ou Lissa, de acordo com a nação; e um na cor do orixá da pessoa, quando já tenha sido identificado. Dessa forma, pode-se saber que a pessoa é um abiã e qual é seu orixá.
  • Dilogum (edilogum, endilogum) – ao iaô, é permitido usar o dilogum, que é um fio de contas formado por vários fios de miçangas (a quantidade de fios pode variar de acordo com a nação), tendo, como fecho, uma “firma”, que pode ser africana ou nacional. Também pode ter o fecho de búzios dependendo da nação e do orixá/inquice/vodum do iaô.
  • Um ebomi usa colares de um fio só, com contas de cristal ou miçangas na cor do orixá intercaladas com corais ou firmas africanas.
  • A posição de uso do fio de contas também tem suas características próprias: o abiã, o iaô e os ebomis de orixá/inquice/vodum feminino sempre usarão na posição vertical pendurado no pescoço. Já os ebomis de orixá/inquice/vodum masculino aboró poderão usar na transversal sobre um ombro só cruzando o abdômen.
OS FIOS DE CONTAS DOS ORIXÁ E SUAS CORES
Oxóssi – Cores Azul e Verde. Foto:

Referências

  1.  Em defesa da umbanda. Disponível em . Acesso em 28 de outubro de 2014.
  2.  Castro, Yeda Pessoa de (2001). Falares africanos na Bahia: um vocabulário afro-brasileiro. Rio de Janeiro: Academia Brasileira de Letras. p. 222, 229

Bibliografia

Lody, Raul, Jóias de Axé: Fios de Contas e Outros Adornos de , Editora Bertrand Brasil, 2001, ISBN 8528608409

OS FIOS DE CONTAS DOS ORIXÁ E SUAS CORES
Foto: Roberta Guimarães/Revista Continente
 
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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