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PÃO DE QUEIJO, O MINEIRINHO MAIS AMADO DO BRASIL

PÃO DE QUEIJO, O MINEIRINHO MAIS AMADO DO BRASIL

Pão de queijo, o mineirinho mais amado do Brasil

– O café está pronto! Isso, em mineirês, significa dizer que a merenda está na mesa

Por Lúcia Resende

E o pão de queijo também, claro! No Triângulo Mineiro, que é de onde vim, casa sem pão de queijo e sem biscoito de polvilho não é genuína.

Aqui em casa seguimos o costume aprendido. Chegou gente, tem sempre um café e uns dedos de . Graças à modernidade, tenho sempre um pacote de pão de queijo congelado, pra assar ligeirinho e servir, seja a uma visita ou aos netos e netas.

Como aprendi a fazer pão de queijo já não me lembro, mas o conheço desde sempre e o faço há muito , décadas mesmo. Aqui em , a minha é só uma das incontáveis casas onde ele reina absoluto na hora do lanche.

Fato é que há muito esse mineirinho está nas mesas brasileiras de um canto a outro do país, extrapolou fronteiras e virou referência nossa no exterior.

Quando surgiu? Os registros apontam que foi na época da mineração nas Gerais, no século 18. Conta-se que, na região de Ouro Preto, era grande a aglomeração de pessoas e começou a faltar , porque as questões logísticas provocavam enormes atrasos na chegada de produtos, entre os quais a farinha branca, que vinha de longe e era base das quitandas. Às vezes, quando chegava, nem prestava mais, estava mofada ou cheia de carunchos.

Mas, se faltavam alguns produtos, outros sobravam. Havia fartura de queijo, mandioca, milho, , ovos, gordura, por exemplo. Criativas desde sempre, as quitandeiras de Minas começaram a substituir a farinha de trigo pelo fubá de milho ou polvilho de mandioca, produzidos ali mesmo, nas suas .

Foi assim que as sobras queijo começaram a ser raladas, ou picadas e misturadas com ovos, gordura, leite e/ou água e polvilho, enroladas na palma da mão em forma de bolinhas e assadas no forno a brasa. Não se sabe quando, o tal pãozinho foi batizado de pão de queijo, e a foi sendo aprimorada até virar essa gostosura, o mineirinho mais amado do .

Modos de fazer há muitos, com polvilho (escaldado ou não) doce, azedo, ou os dois, leite e/ou água e bastante queijo, sempre.

Aqui em casa, a receita que faço é com polvilho doce escaldado, e posso garantir que é boa!

Ingredientes

  • 5 copos de polvilho
  • 1 copo de água
  • 1 copo de leite
  • 1 copo (menos 1 dedo) de óleo
  • 3 copos de queijo ralado
  • Sal a gosto
  • Ovos (geralmente 4 a 6, depende do tamanho do copo)
  • [divider]Modo de fazer[/divider]

Ferva a água, o leite, o sal e o óleo. Coloque o polvilho em uma bacia, escalde com o líquido quente, aos poucos, misturando com cuidado, até que todo o polvilho esteja umedecido. Deixe esfriar até ficar morna a mistura. Acrescente o queijo e os ovos (um a um), amassando bem, até obter uma massa lisa (não se esqueça de provar o sal), nem dura, nem mole, em ponto de enrolar (passe um pingo de azeite, ou óleo, na mão). Asse em forno preaquecido, 180º. Depois, é só fazer um bom café e chamar a turma!

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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