PAPA FRANCISCO: "UM CRISTÃO QUE NÃO SEJA REVOLUCIONÁRIO NESTE TEMPO, NÃO É CRISTÃO"

PAPA FRANCISCO: “UM CRISTÃO QUE NÃO SEJA REVOLUCIONÁRIO NESTE TEMPO, NÃO É CRISTÃO”

Papa Francisco: “Um cristão que não seja revolucionário neste tempo, não é cristão”

O“DOCAT”, apresentado no âmbito Jornada Mundial da Juventude (JMJ), vai fazer parte da coleção “Youcat”, sendo a Paulus Editora, a distribuidora oficial para a língua portuguesa deste novo volume que aborda a Doutrina Social da Igreja, “numa linguagem jovem, acessível e dinâmica”.

Por LUSA

“Com a força do Evangelho, podemos mudar realmente o mundo”, afirma o papa Francisco no prefácio da obra, que é “uma tradução popular da Doutrina Social da Igreja Católica, tal como foi desenvolvida em importantes documentos desde Leão XIII”, que foi pontífice de 1878 a 1908.

“Um cristão que não seja revolucionário neste tempo, não é cristão”, afirma o papa Francisco no prefácio da obra.

“O ‘DOCAT’ estará disponível em mais de 30 línguas e conta também com uma aplicação para telemóvel, que pode ser descarregada pelos peregrinos da JMJ, que transmite a Doutrina Social da Igreja de uma forma divertida”, disse à Lusa fonte da Paulus.

O Papa Francisco vai oferecer o “DOCAT’ a todos os peregrinos da JMJ, “um gesto que é o ponto de partida para a campanha juvenil à escala global ‘Faz parte do sonho do papa'”.

“O sonho do papa é que esta mudança aconteça pelas mãos dos jovens”, adiantou a mesma fonte.

Segundo a Paulus Editora, “são especialmente os jovens que se devem sentir interpelados para lerem os grandes documentos da Igreja [Católica] no seu texto original e orientarem a sua ação segundo as máximas da verdade, da justiça e do amor”.

No prefácio, Francisco, à frente dos destinos da Igreja Católica desde março de 2013, afirma: “Espero que um milhão de jovens, mais ainda, que uma geração inteira seja, para os seus contemporâneos, uma doutrina social em movimento. O mundo só mudará quando homens com Jesus se entregarem por ele, com Ele forem para as periferias e para o meio da miséria”.

“Este é um desafio do papa a todos os jovens a irem para a política e a lutar pela justiça e pela dignidade humana, sobretudo dos mais pobres”, segundo fonte da editora católica portuguesa.

Em declarações à Lusa, antecipando a JMJ, o diretor do Departamento Nacional da Pastoral Juvenil da Igreja Católica portuguesa, Eduardo Novo afirmou: “Se me permitisse, desafiava o Santo Padre a que ele continuamente dissesse aos jovens: ‘não te conformes, transforma-te'”.

A edição portuguesa do “DOCAT” estará disponível a partir de setembro, adiantou à Lusa fonte da editora católica.

Fonte: Notícias ao Mundo

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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