seleção multiética
Team France pose prior to the round of 16 match between France and Argentina, at the 2018 soccer World Cup at the Kazan Arena in Kazan, Russia, Saturday, June 30, 2018. (AP Photo/David Vincent)
Team France pose prior to the round of 16 match between France and Argentina, at the 2018 soccer World Cup at the Kazan Arena in Kazan, Russia, Saturday, June 30, 2018. (AP Photo/David Vincent)

PODERÁ A FRANÇA, CAMPEÃ MUNDIAL DE FUTEBOL COM UMA SELEÇÃO MULTIÉTNICA, CONTRIBUIR PARA UM MUNDO MENOS RACISTA?

seleção multiética

Brasil, EUA e Canadá são bons exemplos do impacto relevante da imigração na vida dos países. A história mostra que imigrantes e refugiados sempre buscam contribuir com a nova pátria. Logo na segunda geração e em todas as seguintes, seus descendentes estão suficientemente adaptados à forma de vida do país que os acolheu.

Com o ressurgimento do nacionalismo, sobretudo na Europa e nos EUA, diminui a compreensão da importância dos imigrantes, mas é sabido e reconhecido o quanto os imigrantes europeus, asiáticos, latinos e africanos contribuíram para o êxito socioeconômico dos EUA; como os turcos contribuíram para a fortaleza que é a Alemanha; como os africanos do Magreb e depois os originários do sul do Saara contribuíram para o fortalecimento da França.

Agora em 2018, na Copa Mundial na Rússia, a França, grande campeã, venceu o campeonato com seus jogadores franceses de pais africanos e asiáticos, jogadores com famílias originárias de 17 países, cada um com sua herança cultural e social que, na soma de seus valores, formaram uma equipe integrada e vencedora.

São eles: Paul Pogba, Guiné e Congo; Steve Mandanda, Congo; Presnel Kimpembé, Congo e Haiti; Kylian Mbappé, Camarões e Argélia; Ngolo Kanté, Mali; Samuel Umtiti, Camarões; Rafael Varene, Martinica e França; Blaise Matuidi, Angola e Congo; Adil Rami, Marrocos; Ousmane Dembelé, Mauritânia e Mali; Nabil Fekir, Argélia; Corentin Tolisso, Togo; Benjamin Mendy, Costa do Marfim; Thomas Lumar, Nigéria; Alfonse Areola, Filipinas; Djibril Sidibe, República Democrática do Congo.

Mas será que essa seleção multiétnica poderá contribuir para uma nova consciência? Ou predominará a opinião oposta, a de que a imigração só prejudica? Poderá a vitória francesa servir para que os racistas do mundo se convençam de que quem ganha em campo pode contribuir para um mundo mais justo e mais igual em qualquer parte do mundo?

Ao celebrar a vitória, o meio-campista Paul Pogba, orgulhoso de sua origem africana, entregou à sua mãe, imigrante da Guiné, a taça da Copa do Mundo para que ela a erguesse. Oxalá neste gesto simbólico esteja o caminho para que a França possa conquistar seu ideal histórico da tão sonhada “igualdade, liberdade e fraternidade”. Oxalá a vitória de uma seleção multiétnica no coração da Europa abra espaços para um mundo mais igualitário e menos racista!

Joseph S. Weiss, Ph.d.
Economista. Humanista.
Militante dos Movimentos
Ambiental e Social.