POR QUE CANTAM AS CIGARRAS?

POR QUE CANTAM AS CIGARRAS?

Por que cantam as cigarras?

Brasília tem belas quadras arborizadas. Nelas vive uma infinidade de cigarras, inseto pequeno, de até 6 centímetros de comprimento. No Cerrado, no Pantanal, em todos os biomas brasileiros, vivem milhões de estridentes cigarras.

Estridentes por pouco tempo, dentro de sua relativamente longa (para o mundo dos insetos) existência, que vai de 2 a 17 anos.  A maior parte do tempo, as cigarras ficam inertes, em forma de letárgicas ninfas, acopladas às raízes das árvores, alimentando-se de seiva, integradas ao ambiente. Dormem, por assim dizer, grande parte do ano, todos os anos.

Com as primeiras chuvas, brotam da terra em forma de insetos cantadores (só os machos cantam), em corais contínuos, uníssonos, sincronizados, de 120 decibéis por indivíduo. Assim permanecem, nessa desandada cantoria sem-fim, nos troncos das árvores, pelas duas ínfimas semanas em que vivem sob a forma de inseto alado, no planeta Terra.

Assim atraem suas fêmeas, acasalam, asseguram a sobrevivência da espécie. Assim, atormentam os tímpanos humanos. Assim, ainda que somente por duas semanas, garantem alimento farto para as aves do Cerrado, que não matam as cigarras, apenas comem as cascas que elas vão deixando para trás.

Assim, desse jeito estranho, as cigarras ajudam a conservar a vida na Terra.

Nina Simões
Artista, Musicista


Mais fatos sobre as cigarras

Cigarra é o nome dado a insetos fitófagos conhecidos, principalmente, pela emissão de um som bastante estridente emitido pelo macho.

 

Cigarra
Cigarra é um inseto que pode atingir até cerca de 7 cm de comprimento.

Ela se destaca por produzir um som bastante característico. O som das cigarras varia de uma espécie para outra e está relacionado, dentre outras funções, com a atração de parceiras para a reprodução.

O ciclo de vida das cigarras também merece destaque, no qual se observa uma fase adulta breve e uma fase imatura subterrânea bastante longa, que pode durar vários anos. As cigarras são muito conhecidas também pelos impactos causados na agricultura, sendo consideradas pragas, por exemplo, do cafeeiro. Esses animais são fitófagos e alimentam-se de seiva das plantas.

Características da cigarra

Cigarras são animais do grupo dos artrópodes, mais precisamente do grupo dos insetos. Isso significa, portanto, que cigarras apresentam algumas características básicas, tais como corpo dividido em cabeça, tórax e abdome, presença de seis pernas e asas. São insetos robustos que variam em tamanho a depender da espécie, podendo apresentar de 1 a 7 cm de comprimento.

As cigarras apresentam como característica mais marcante a emissão de um som produzido pelo órgão cimbálico, o qual se localiza no primeiro segmento abdominal. Esse som pode ser modificado por outras partes do corpo da cigarra, como abdome e asas.

A emissão de sons é a uma capacidade restrita dos machos, e cada espécie de cigarra produz um som diferente. Os sons produzidos por esses insetos apresentam diferentes significados, tais como atração de fêmeas, formação de casais, disputa entre machos ou sua captura por algum predador. No entanto, a principal função é garantir a atração de parceiras para a reprodução.

Do que a cigarra se alimenta?

As cigarras são insetos fitófagos que se alimentam da seiva de plantas, possuindo um aparelho bucal adaptado para sugar a seiva dos vegetais. Podem ser encontradas em diferentes partes do planeta, principalmente nas regiões tropicais e subtropicais.

Em algumas partes do mundo, as cigarras são reconhecidas como pragas. No Japão, por exemplo, existem cigarras que afetam a cultura da cana-de-açúcar, enquanto nos Estados Unidos há espécies que afetam a cultura da maçã.

No Brasil, destacam-se aquelas que afetam o cafeeiro. Para controlar essas espécies, os agricultores utilizam, por exemplo, inseticidas que são aplicados diretamente no solo com a finalidade de eliminar as ninfas.

Curiosidades sobre cigarras

exoesqueleto cigarra arvore
A cigarra não canta até explodir, o que encontramos na árvore é a última porção do seu exoesqueleto.
  • Diferentemente do que muitos pensam, as cigarras não cantam até explodir. O que encontramos nas árvores são porções do exoesqueleto que são eliminados após a muda.

  • Existem mais de 1500 espécies diferentes de cigarras.

  • A espécie Quesada gigas pode atingir 6,5 cm de comprimento.

  • O som produzido pelas cigarras pode alcançar 120 decibéis.

  • A maior parte da vida de uma cigarra é sob a terra.

  • Em algumas espécies de cigarras, a fase de ninfa pode durar até 17 anos.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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