Por uma nova economia para cuidar da Terra

Por uma nova economia para cuidar da Terra

Por uma nova para cuidar da Terra

Dos grandes desafios para a sustentabilidade do , nossa casa, nossa única morada, um dos mais prementes é criar consciência para mudar as relações da humana com o consumo. Nos dias de hoje, a espécie humana não está acostumada a se preocupar com a escassez de recursos naturais no nosso habitat, pois, embora para muitos já comece a faltar água, para boa parte de nós o problema ainda parece distante do nosso dia a dia.

Por Carlos Caridade 

Ainda que existam legítimas preocupações com respeito ao aumento das populações e à escassez da produção de alimentos no mundo, o maior desafio para a continuidade da nossa vida na Terra passa pela questão das nossas relações com o meio ambiente. Muito mais que o crescimento da população, o cuidar do ambiente é o verdadeiro ato sociocultural importante para incorporarmos na nossa relação com a Natureza, com o Planeta.

O crescimento econômico e populacional dos últimos séculos criou o cenário perfeito para o surgimento, explosão e consolidação do consumo de massa e, consequentemente, deu início ao processo de estabelecimento de uma baseada no consumo. Daí surgiu o verdadeiro problema a ser enfrentado e, talvez, o provável causador do colapso socioeconômico de nossa sociedade.

As pessoas passaram a consumir cada vez mais e, mais que isso, foram adotados em todo o mundo padrões de produção e consumo incompatíveis com a capacidade dos ecossistemas e das reservas de recursos existentes se recuperarem. A partir desse momento, começamos a experimentar o declínio de uma trajetória que parecia não ter limites.

Na grande maioria das vezes é o consumo – em especial de recursos hídricos e de terra, através da análise da mudança da sua cobertura e uso em conexão com a urbanização, o avanço das fronteiras e o – que serve como “gancho” ou conexão entre os dois temas, mas parece que a discussão sobre o que é realmente consumo na perspectiva da Demografia pouco tem avançado.

Considerando que este Planeta é a nossa morada, precisamos dela cuidar, adotando uma nova forma de relações de produção e consumo.

A Economia Solidária é um jeito diferente e ideal de produzir, vender, comprar e trocar o que é preciso para viver. Todas as relações realizam-se sem explorar os outros, sem querer levar vantagem, sem destruir o ambiente. Cooperando, fortalecendo o grupo, cada um pensando no bem de todos e no próprio bem.

Nas últimas décadas, a economia solidária vem se apresentando como forma inovadora alternativa de geração de e renda, contribuindo para a inclusão social. Ela compreende uma diversidade de práticas econômicas e sociais organizadas sob a forma de cooperativas, associações, clubes de troca, empresas autogestionárias, redes de cooperação, entre outras, que realizam atividades de produção de bens, prestação de serviços, finanças solidárias, trocas, comércio justo e consumo solidário.

Nesse sentido, compreende-se por economia solidária o conjunto de atividades econômicas de produção, distribuição, consumo, poupança e crédito, organizadas sob a forma de autogestão. É uma proposta ideal para ajudar a construir uma sociedade mais justa e igualitária para todas e para todos.

Carlos Caridade

Obs.: publicado originalmente em 17 de nov de 2015


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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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