PROJETOS DA FENAE ESTIMULAM A INCLUSÃO PRODUTIVA EM TODO O PAÍS

PROJETOS DA FENAE ESTIMULAM A INCLUSÃO PRODUTIVA EM TODO O PAÍS

Projetos da Fenae estimulam a inclusão produtiva em todo o país

No Amapá, o projeto Criativa Girassol oferece aulas de corte e costura para mulheres em situação de vulnerabilidade social

Por Fenae

Integrar pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica ao mundo do trabalho é um passo fundamental para que possam conquistar uma renda digna e superar a exclusão social. Nesse sentido, a Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa (Fenae) e as Apcefs, em parceria com a ONG Moradia e Cidadania, desenvolvem projetos sociais com foco na inclusão produtiva de centenas de pessoas, principalmente mulheres, em todo o Brasil.

Selecionados no edital 004 da Fenae, os projetos voltados ao eixo da inclusão produtiva estão sendo desenvolvidos em nove unidades da federação: Alagoas (Mãos que Transformam), Amapá (Criativa Girassol), Ceará (Mulheres Aqui!), Bahia (Empreendaê), Goiás (Mulheres em Ação), Mato Grosso (Costurando com Arte), Rio Grande do Norte (Sementes Urbanas), Rio Grande do Sul (Espaço Cultural Marlon e Marcelinho), São Paulo (Entrelaçando Histórias e Rendas) e Tocantins (Livres para Criar). Os cursos abrangem diversas áreas de formação, que vão desde aulas de artesanato, corte e costura e panificação, até empreendedorismo e captação de novos clientes.

Projetos da Fenae estimulam a inclusão produtiva em todo o país
Foto: Reprodução

O presidente da Fenae, Sergio Takemoto, destaca a relevância das ações para a transformação econômica das pessoas beneficiadas.

“Com essas iniciativas, a Fenae e os seus parceiros reafirmam seu papel de protagonismo na construção de uma sociedade mais justa, igualitária e, acima de tudo, comprometida com o desenvolvimento social do país. Nosso compromisso é continuar expandindo essas ações e oferecer ferramentas educativas para que pessoas em situação de vulnerabilidade social em todo o território nacional possam transformar a realidade em que vivem, com inclusão produtiva e cidadania”, afirma Takemoto.

Costurar novas oportunidades

O projeto Criativa Girassol, desenvolvido em Macapá e no Oiapoque, é uma das nove iniciativas da Fenae com foco na inclusão produtiva selecionadas no edital 004. Desenvolvido pela Apcef/AP, em parceria com a ONG Moradia e Cidadania, o projeto social oferecerá curso de corte e costura básica e criativa para mulheres em situação de vulnerabilidade socioeconômica.

As aulas serão ministradas no Instituto Federal do Amapá (IFAP), nos campi Macapá — localizado a cerca de 15 km da sede da Apcef/AP — e Oiapoque, distante 500 km da capital.

Na manhã desta terça-feira (22), foi realizada a aula inaugural do curso no Campus Oiapoque. O evento contou com a presença da pró-reitora de Extensão do IFAP, Alyne Lima, da coordenadora da ONG Moradia e Cidadania, Leila Sampaio, da diretora Sociocultural da Apcef/AP, Joana Lustosa, além das alunas selecionadas para a primeira turma. A proposta é que, ao aprender uma nova profissão, essas mulheres conquistem autonomia financeira e novas formas de gerar renda para o sustento de suas famílias.

Projetos da Fenae estimulam a inclusão produtiva em todo o país
Foto: Reprodução

A presidente da Apcef/AP, Érika Paiva, reforça o compromisso da Federação e das Apcefs em transformar vida de pessoas em todo o Brasil. “No caso do projeto Criativa Girassol, estamos falando de mulheres em situação de vulnerabilidade. Estamos trazendo para elas uma profissão, acesso à cultura e transformação econômica. A Fenae apoia financeiramente o nosso projeto, e hoje a gente pode dizer que está começando aqui, em Oiapoque — o início do Brasil — levando o nome da Fenae e das Apcefs e transformando a vida dessas mulheres”, reforça Érika.

Joana Lustosa reforça que o curso será dividido em três turmas, com capacidade para 20 alunas cada. A expectativa é de que, em dois anos, 60 mulheres sejam capacitadas na nova profissão.

“Promover a inclusão produtiva dessas mulheres é fortalecer raízes, costurar sonhos e resgatar a força de uma cultura viva. Ao aprenderem a confeccionar roupas de marabaixo, elas não apenas desenvolvem uma fonte de renda, mas também se reconhecem como protagonistas na preservação da nossa identidade Tucuju e na construção de um futuro com mais dignidade e pertencimento”, destacou Joana.

Em Macapá, o curso visa capacitar mais 40 mulheres. Para Leila Sampaio, coordenadora da ONG Moradia e Cidadania no estado, a iniciativa vai além da formação técnica. Segundo ela, o apoio financeiro da Fenae é essencial para o desenvolvimento das participantes, permitindo que a Moradia e Cidadania chegue a comunidades em situação de vulnerabilidade social, como no caso do Projeto Criativa Girassol, que atenderá mulheres de uma região de difícil acesso.

“Através do curso de Corte e Costura e de outros conhecimentos oferecidos, elas enxergam a possibilidade de conquistar uma profissão e transformar suas vidas. A procura tem sido tão grande que já há lista de espera para novas turmas — e, mais do que isso, temos recebido sugestões das próprias alunas sobre temas a serem abordados ao longo do curso. Ideias que foram prontamente acolhidas pelo nosso parceiro IFAP”, ressaltou Leila.

Sobre o projeto

O Criativa Girassol integra o eixo de empoderamento de mulheres e meninas e reforça o compromisso da campanha Fenae com Elas, alinhada ao Ministério das Mulheres por meio da campanha Feminicídio Zero. Além do curso de corte e costura, a iniciativa oferecerá capacitações em artesanato e gastronomia, além de atividades voltadas para o combate à violência doméstica, geração de renda e incentivo ao empreendedorismo sustentável.

Futuro Brilhar

Para fortalecer a campanha e aumentar o engajamento de empregados da Caixa, aposentados, pensionistas e da sociedade civil em geral, acesse o site Futuro Brilhar. Na plataforma, os doadores têm acesso a informações sobre a campanha, os projetos em andamento e notícias relacionadas.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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