Quem era Malba Tahan, o brasileiro que calculava?
Quem leu o clássico ”O Homem que Calculava”, muito provavelmente está familiarizado com o nome de seu autor, ”Malba Tahan”.
A CONTRIBUIÇÃO À PEDAGOGIA, EDUCAÇÃO E DIDÁTICA DA MATEMÁTICA
O ensino da Matemática era considerado um processo de transmissão de símbolos matemáticos, propriedades e técnicas, fórmulas e demonstrações de teoremas que culminavam na prática exarcebada de exercícios e problemas puramente conteudistas, em que o estudante se tornava um depósito de informações.
Partindo desse aspecto negativo, a partir do séc. XIX, matemáticos interessados pelo ensino de Matemática nas escolas iniciaram um movimento em defesa de um ensino articulado, em que a temática dos exercícios propostos aos alunos estivesse ligada a fatos cotidianos vivenciados pelos estudantes, tornando mais atraente o aprendizado, e consequentemente levando o aprendiz a perceber a importância destes conhecimentos em sua vida.
É nesta época que Malba Tahan percebe que o ensino da matemática aplicada deveria ser prioritário nos níveis hoje denominados fundamental e médio, deixando a cargo dos cursos superiores de bacharelado, e licenciatura em matemática, a priorização do ensino da matemática pura. A matemática contextualizada e aplicada foi alvo da resistência de matemáticos conservadores e ortodoxos.
Malba Tahan estabeleceu uma didática própria, que buscava transformar a matemática em uma disciplina divertida. Investia em diferentes formas de ensinar, fugindo do tradicional modelo que utiliza fórmulas já determinadas. O autor colocava desafios matemáticos nos livros, aguçando a criatividade e incentivando a descoberta.
O objetivo desse movimento, ao qual pertencia Malba Tahan, era explicitar que o ensino da Matemática não está somente ligado à memorização de fórmulas, sentenças, propriedades e definições, e sim à capacidade de leitura e compreensão de textos. Essa nova maneira de ensino-aprendizado valoriza a experiência sociocultural do aluno, enfatizando os conhecimentos adquiridos durante o decorrer de seu amadurecimento.
Os livros didáticos foram aos poucos se adequando ao novo modelo matemático, abordando textos de forma contextualizada e interdisciplinarizada, criando conexões com inúmeras situações cotidianas. Assim, o aluno obteve o privilégio de perceber a amplitude do saber matemático, aumentando seu campo de conhecimento.