Procura
Fechar esta caixa de pesquisa.
QUEM ERA MALBA TAHAN, O BRASILEIRO QUE CALCULAVA

QUEM ERA MALBA TAHAN, O BRASILEIRO QUE CALCULAVA?

Quem era Malba Tahan, o brasileiro que calculava? 

Quem leu o clássico ”O Homem que Calculava”, muito provavelmente está familiarizado com o nome de seu autor, ”Malba Tahan”. 

Por História Islâmica

 
Em entrevista concedida a Silveira Peixoto e a Monteiro Lobato e descrita no Terceiro Volume da obra “Falam os Escritores” em 1941, Júlio narra o nascimento de Malba Tahan:
 
“O caminho, então, seria tratar de escrever com um pseudônimo estrangeiro. Pensei mais sobre o caso. Qual o pseudônimo a adotar? Deveria ser um que tivesse todo cunho de realidade. Americano?
 
Mas não. Queria um pseudônimo que se conformasse bem com o caráter dos trabalhos que pretendia escrever… Seria um árabe. – Por quê? – O árabe é homem que faz a propósito de tudo. Suas atitudes sempre são romanescas. Não compreende a vida sem a poesia.
 
Mas o pseudônimo não deveria ser nem masculino e nem feminino. Teria de ser sonoro. Teria de dar a necessária impressão de perfeita autenticidade. Na Normal, havia uma aluna com um sobrenome interessante: “ Tahan”.
 
Simpatizei-me com esse “Tahan”. Perguntei-lhe que queria dizer. “Moleiro” – respondeu-me ela. Fui, dias depois, descobrir num mapa da Arábia, o nome de uma cidade – Malba, aldeia perdida na Arábia Pétrea …
 
– E nasceu Malba Tahan … – Que, como vê, pode ser traduzido por “moleiro de Malba”. Comecei, então, a estudar a civilização árabe. Li Gustavo Le Bon, comprei o Alcorão, numa edição comentada, percorri as obras de Massoudi. Tomei um professor de árabe: o dr. Jean Achar.”
 
Como Malba Tahan, o matemático brasileiro introduziu o gosto pelo dos números em muitos jovens, e seu impacto na do país porém, este é o pseudônimo de mistificação literária de Julio Cesar de Mello e Sousa (1895 — 1974), professor, educador, pedagogo, conferencista, matemático e escritor brasileiro, cujas obras de ficção ambientadas no Oriente Médio entraram para a história. até hoje.
 
QUEM ERA MALBA TAHAN, O BRASILEIRO QUE CALCULAVA
Revista Pernambuco
 

A CONTRIBUIÇÃO À PEDAGOGIA, EDUCAÇÃO E DIDÁTICA DA MATEMÁTICA

O ensino da Matemática era considerado um processo de transmissão de símbolos matemáticos, propriedades e técnicas, fórmulas e demonstrações de teoremas que culminavam na prática exarcebada de exercícios e problemas puramente conteudistas, em que o estudante se tornava um depósito de informações.

Partindo desse aspecto negativo, a partir do séc. XIX, matemáticos interessados pelo ensino de Matemática nas escolas iniciaram um movimento em defesa de um ensino articulado, em que a temática dos exercícios propostos aos alunos estivesse ligada a fatos cotidianos vivenciados pelos estudantes, tornando mais atraente o aprendizado, e consequentemente levando o aprendiz a perceber a importância destes conhecimentos em sua vida.

É nesta época que Malba Tahan percebe que o ensino da matemática aplicada deveria ser prioritário nos níveis hoje denominados fundamental e médio, deixando a cargo dos cursos superiores de bacharelado, e licenciatura em matemática, a priorização do ensino da matemática pura. A matemática contextualizada e aplicada foi alvo da  de matemáticos  conservadores e ortodoxos.

Malba Tahan estabeleceu uma didática própria, que buscava transformar a matemática em uma disciplina divertida. Investia em diferentes formas de ensinar, fugindo do tradicional modelo que utiliza fórmulas já determinadas. O autor colocava desafios matemáticos nos livros, aguçando a criatividade e incentivando a descoberta.

O objetivo desse movimento, ao qual pertencia Malba Tahan, era explicitar que o ensino da Matemática não está somente ligado à memorização de fórmulas, sentenças, propriedades e definições, e sim à capacidade de e compreensão de textos. Essa nova maneira de ensino-aprendizado valoriza a experiência sociocultural do aluno, enfatizando os conhecimentos adquiridos durante o decorrer de seu amadurecimento.

Os livros didáticos foram aos poucos se adequando ao novo modelo matemático, abordando textos de forma contextualizada e interdisciplinarizada, criando conexões com inúmeras situações cotidianas. Assim, o aluno obteve o privilégio de perceber a  amplitude do saber matemático, aumentando seu campo de conhecimento.

 
 
 

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

posts relacionados

REVISTA

[instagram-feed]