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Recordar é preciso: Cansaços na alma, esperança rarefeita!

Recordar é preciso: Cansaços na , rarefeita!

Recordar é preciso!

Por Frau Kurten

Estão assustados ou perplexos com o que aí está? Com as instituições de , , e mesmo estar nas mãos de gente sem noção e ‘perigosa’? eu não, nenhum pouco assustada.

Pq não? Pq eu já sabia que isso iria acontecer caso fossem vitoriosos, e foram, até isso eu falei, que seriam vitoriosos. O guru, o asno que comandou a campanha eleitoral desse grupo venceu e agora está dando as cartas, superou a caserna na ingerência nesse governo, dominou e tem adeptos até em setores da caserna.

Todas essas criaturas que estão aí ocupando cargos em postos importantes do governo e falando aberrações tem algo em comum, são crias do guru!

Cansei de alertar para o perigo do que estava por vir, teve chacota, bloqueios, incrédulos, agressões e tudo mais. Essa ‘criatura do mal’ montou uma máquina poderosa com apoio de um grupo poderoso que faz o mesmo pelo , ele não está só, ele é apenas um deles, mas é aqui onde eles estão conseguindo ir mais longe…

Estamos a passos largos no caminho para a barbárie.

E digo mais, vai piorar, pq temos uma oposição que está jogando o jogo de quanto pior melhor, esses tem apenas um objetivo, o poder. Essa turma nada aprendeu, está antes contribuindo para o país cair de vez na barbárie!
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Vivemos um de baratas humanas… esse é meu sentimento atualmente!!!
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Cansaços na alma, esperança rarefeita!

Fonte: Facebook do BF

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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