Requeijão Caseiro: Delícia da Roça

Requeijão Caseiro: Delícia da Roça

Delícia da Roça Não tem quem não goste de um requeijão da roça, escorrendo da colher de pau, ou já frio, cortado em pedaços, com gosto de casa de fazenda. É uma iguaria difícil de preparar, mas dá pra fazer,  mesmo morando na cidade, e o sabor vale a pena…  

Então, vamos lá, fazer o requeijão com base na receita da Miriane Pereira de Souza (com o nosso toque), de Goianésia (GO), publicada na Comunidade Sou Roceiro Caipira com Orgulho, no Facebook.

  1. Coloque o leite cru em uma vasilha. Deixe em repouso até virar coalhada (em geral um ou dois dias, dependendo do clima).
  2. Retire a camada de nata, ou seja, a gordura, e reserve para refogar a massa.
  3. Escorra o soro, coloque a massa numa panela de fundo largo e leve ao fogo, com um pouco de leite, mexendo sempre, até esquentar bem.
  4. Vá escorrendo o soro, adicionando mais leite fresco, cozinhando, escorrendo de novo e repetindo esse processo até a massa ficar bem “lavada”, com uma consistência elástica e sem o sabor azedo.
  5. Coloque para escorrer em uma peneira e reserve.
  6. Em uma panela, coloque um pouco da manteiga, deixe fritar e acrescente a massa aos poucos, refogando e mexendo.
  7. Se quiser uma textura mais macia, ou até cremosa, coloque leite aos poucos, mexendo sempre, com uma colher de pau, até que a mistura fique homogênea.
  8. O ponto ideal é quando se levanta a colher cheia, e a massa escorre bem lisa. É a hora do delicioso beliscão! Hummm…

DICAS

  1. Para cada 10 litros de coalhada você vai precisar de uns 5 litros de leite fresco, para o processo de lavagem da massa.
  • A cor e o sabor do requeijão vão depender da fritura da nata. Para um requeijão mais branco, só esquente a nata, até começar a fritar, e coloque a massa. Se você prefere aquele requeijão mais moreninho, com gostinho mais acentuado, é só fritar bem a nata, até a morenice aparecer, antes de acrescentar a massa escorrida.
  • Se você quer um requeijão light, é só diminuir a manteiga e refogar com mais leite.

Receita testada e adaptada por Lúcia Resende, revisora da revista Xapuri.

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação. 

Resolvemos fundar o nosso.  Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário.

Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Já voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir.

Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. A próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar cada conselheiro/a pessoalmente (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Outras 19 edições e cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você queria, Jaiminho, carcamos porva e,  enfim, chegamos à nossa edição número 100. Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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