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Rosa Parks: A mulher que mudou o mundo com um simples "não"

ROSA PARKS: UM SIMPLES “NÃO”

Rosa Parks: A mulher que mudou o mundo com um simples “não”

Rosa Parks foi a mulher que mudou o mundo com um simples “não”. Ao recusar-se a ceder seu assento do ônibus para que um homem branco sentasse, nos Estados Unidos, a meros e míseros 66 anos atrás, Rosa Parks foi presa por violar a lei de segregação do repugnante estado sulista do Alabama.

Por Eduardo Bueno/A História Esquecida
 
A prisão de Rosa Parks fez com que praticamente toda a comunidade negra de Montgomery, a cidade onde ela vivia, reagisse coletivamente pela primeira vez, erguendo-se contra o racismo e boicotando o transporte público local até que as leis segregacionistas fossem extintas.
 
Durante 381 dias, mais de 40 mil negros de Montgomery mantiveram o boicote, elaborando um sistema de caronas para que ninguém fosse prejudicado. O impacto econômico de mais de um ano de boicote fez com que as autoridades fossem obrigadas a ceder. Por causa do “não” de Rosa Parks, a Suprema Corte americana declarou inconstitucional a segregação racial em transportes públicos.
 
O boicote aos ônibus na abjeta cidade de Montgomery passou para a história como um dos eventos mais importantes do movimento dos direitos civis, e Rosa Parks uma de suas principais figuras.
 
Hoje seria o aniversário de Rosa Parks, que nasceu em 4 de fevereiro de 1913, destinada a transformar o mundo num lugar um pouco menos asqueroso, graças ao poder positivo de um “não”. Viva Rosa, que é uma rosa, que é uma rosa!
 
Você sabia?
 
Rosa Louise McCauley, mais conhecida por Rosa Parks (Tuskegee, 4 de fevereiro de 1913 – Detroit, 24 de outubro de 2005), foi uma ativista negra norte-americana, símbolo do movimento dos direitos civis dos negros nos Estados Unidos. Ficou famosa, em 1º de dezembro de 1955, por ter-se recusado frontalmente a ceder o seu lugar no ônibus a um homem branco, tornando-se o estopim do movimento que foi denominado boicote aos ônibus de Montgomery e posteriormente viria a marcar o início da luta antissegregacionista.

Rosa Parks: A mulher que mudou o mundo com um simples "não"

 
Via página Buenas Ideias
 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

revista 119

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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