Se eu pudesse Fingir o amor é o desejo da poeta, O Pessoa disse: “(…)Finjo tão completamente (…)”. Uns tentam e conseguem, outros sofrem em vão. Amor e desamor, podemos descobrir muito desses sentimentos antagônicos através do que nos diz Alice Bites.
Por Alice Bites
SE EU PUDESSE
Ah! Se eu pudesse
Fingir o amor!
O amor que eu quisera viver,
Mesmo sem te conhecer,
Perdia o medo de me perder.
Ah! Se eu pudesse
Fingir o desamor,
Aquele que eu quisera esquecer
Para não me perder.
Ah! Se eu pudesse
Fingir que o sofrer,
Nada mais é do que o viver.
Se eu pudesse fingir que o viver
Nada mais é, que o padecer.
Ahh! Se eu pudesse
Fingir o fingimento
E depois adormecer!
O poema “Se Eu Pudesse” de Alice Bites explora a complexidade dos sentimentos humanos, especialmente em relação ao amor e ao desamor. A autora reflete sobre a possibilidade de fingir esses sentimentos para evitar o sofrimento, trazendo à tona a luta interna entre o que se sente e o que se deseja sentir. As referências ao fingimento de Fernando Pessoa, com o célebre verso “Finjo tão completamente”, ressaltam a tentativa de controlar emoções intensas, mas também indicam a dificuldade de fazê-lo.
Alice Bites questiona a autenticidade dos sentimentos e expressa um desejo de escapar da dor que eles podem trazer, seja por meio do fingimento ou do esquecimento. A repetição de “Ah! Se eu pudesse” destaca a frustração e o anseio por uma forma de lidar com as emoções que seja menos dolorosa.
Este poema revela a tensão entre a realidade emocional e o desejo de moldar essa realidade de acordo com a própria vontade, muitas vezes em vão. É um retrato poético da tentativa de lidar com os sentimentos, ora desejando poder controlá-los, ora reconhecendo a impossibilidade de fazê-lo plenamente.
Alice Bites Leão Leite é uma escritora apaixonada pela História, que desempenha um papel importante tanto na educação quanto na preservação cultural. Como membro ativo do Portal Cerratense e professora de História, Alice se dedica a compartilhar conhecimento e inspirar seus alunos com as histórias e tradições do Cerrado brasileiro. Sua carreira educacional é marcada por sua atuação como Coordenadora Pedagógica no Colégio CEBAM, onde exerceu um papel fundamental no desenvolvimento pedagógico e na formação de novas gerações.
Alice possui uma sólida formação acadêmica, tendo estudado no Programa de Pós-Graduação em História da Universidade de Brasília (UnB), o que lhe conferiu uma perspectiva aprofundada sobre os processos históricos e culturais do Brasil. Além disso, é Pós-Graduada em História Cultural e Psicopedagogia, o que reflete seu interesse em compreender e promover a interseção entre educação, cultura e desenvolvimento humano.
Embora atualmente resida em Valparaíso de Goiás, Alice mantém uma forte conexão com suas raízes em Trindade, Goiás, cidade que é fonte de sua maior inspiração. A ancestralidade de Trindade não apenas influenciou seu amor pela História, mas também moldou sua abordagem pedagógica e literária, permitindo-lhe trazer um toque pessoal e autêntico em seus escritos e ensinamentos.
Alice é uma parceira ativa da Academia de Letras e Artes do Nordeste Goiano e Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (ALANEG/RIDE), onde colabora com outros acadêmicos e artistas na promoção da cultura e do conhecimento. Sua colaboração com a Xapuri Socioambiental destaca seu compromisso com questões socioambientais, integrando a literatura e a história com a sustentabilidade e a justiça social.
Com uma carreira multifacetada que abrange a educação, a literatura e o ativismo cultural, Alice Bites Leão Leite continua a ser uma figura influente e inspiradora. Seu trabalho não apenas enriquece o cenário literário e educacional, mas também contribui para a valorização das raízes culturais e históricas do Brasil, especialmente do Cerrado e de Goiás, áreas que estão no coração de sua obra e de sua vida.
Imagem: O DESPERTAR DA PRIMAVERA – óleo 80 x 120 com, do artista plástico Otoniel Fernandes Neto, que é membro efetivo da Alaneg/RIDE e parceiro da Xapuri, Esta reprodução está na obra: Tua imagem, Teu soneto – Brasília, 2013. Nessa obra, o artista pinta o nu feminino tendo por fundo os ambientes naturais de seu cotidiano. Em sua maioria, as imagens da obra foram inspiradas por sonetos de grandes poetas da língua portuguesa.