Sisters: Um brinde à importância do que somos umas para as outras

Sisters: Um brinde à importância do que somos umas para as outras

Sisters: Um brinde à importância do que somos umas para as outras –  Sempre que chega próximo ao Dia Internacional da , procuro fugir do discurso de vitimização que a data invoca. 

Por Martha Medeiros 

Não que estejamos com a vida ganha, mas creio que as já mostraram a que vieram e as dificuldades pelas quais passamos não são privilégios nossos: injustiça e são para todos.

Prefiro aproveitar a data, esse ano, para fazer um brinde à nossa importância não para a e a família, mas umas para outras. Assistindo ao delicado filme “Caramelo”, tive a sensação boa de confirmar que o passa, os filhos crescem, os corações se partem, mas amigas ficam.

Como todos os filmes que abordam a amizade e a solidão intrínseca de toda mulher, Caramelho nos consola valorizando o que temos de melhor: a nossa paixão, a nossa bravura e o bom humor permanente, mesmo diante de tristezas profundas.

Precisamos de mulheres à nossa volta. Amigas, filhas, avós, netas, irmãs, cunhadas, tias, primas. Somos mais chatas do que os homens, porém, entre uma chatice e outra, somos extremamente solidárias e companheiras de farras e roubadas. Competitivas?! Talvez, mas isso não corrompe em nada a nossa predispoisção para o afeto, o nosso abraço na hora da dor.

Aprendemos a compartilha nossas virtudes e pecados e temos uma capacidade infinita para o perdão. Somos meigas e enérgicas ao mesmo tempo, o que perturba e fascina os que nos rodeiam.

Brigamos muito, é verdade: temos unhas compridas não por acaso.

Em compensação, nascemos com o dom de detecção do sagrado nas pequenas coisas, e é por isso que uma amizade iniciada na escola pode completar bodas de ouro e uma empatia inesperadapode estimular confidências nunca feitas. Amamos os homens, mas casadas, mesmo, somos umas com as outras.

Título original deste de Martha Medeiros: Sisters. Texto publicado por sugestão da sister Lene Santiago. Sisters: Um brinde à importância do que somos umas para as outras



Salve! Pra você que chegou até aqui, nossa gratidão! Agradecemos especialmente porque sua parceria fortalece  este nosso veículo de comunicação independente, dedicado a garantir um espaço de pra quem não tem  vez nem voz neste nosso injusto de diferenças e desigualdades. Você pode apoiar nosso comprando um produto na nossa Loja Xapuri  ou fazendo uma doação de qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Contamos com você! P.S. Segue nosso WhatsApp: 61 9 99611193, caso você queira falar conosco a qualquer hora, a qualquer dia. GRATIDÃO!

PHOTO 2021 02 03 15 06 15


 E-Book Caminhando na Floresta

Um livro imperdível sobre a experiência do autor na convivência com os seringueiros do Vale do Acre nos de Chico Mendes.

[button color=”red” size=”normal” alignment=”center” rel=”nofollow” openin=”newwindow” url=”https://lojaxapuri.info/produto/e-book-caminhando-na-floresta/”]COMPRE AQUI[/button]

Capa Caminhando na Floresta 1560x2050 px Amazon 1

 

Deixe seu comentário

UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

P.S. Você que nos lê pode fortalecer nossa Revista fazendo uma assinatura: www.xapuri.info/assine ou doando qualquer valor pelo PIX: contato@xapuri.info. Gratidão!

PARCERIAS

CONTATO

logo xapuri

REVISTA