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Rondônia

Terra Uru-Eu-Wau-Wau invadida, denuncia governador de Rondônia

Em sua viagem a Brasília na quarta-feira (18 de janeiro), o governador de Rondônia, Confúcio Moura, encaminhou denúncia ao ministro do Meio Ambiente (MMA), Sarney Filho, de invasões ao Parque Nacional Pacaás Novos em Campo Novo de Rondônia e à reserva indígena Uru-Eu-Wau-Wau. O parque Pacaás Novos possui área de 708 mil hectares e foi criado em 21 de Setembro de 1979.

No encontro, foram requeridas pelo governador medidas e providências urgentes que interrompam ações criminosas no local. Confúcio Moura entregou ao ministro documentos com registros de maquinários pesados abrindo clareiras na floresta.

Nos dados estaduais, o parque mantinha-se até 2015 como uma das poucas áreas protegidas ainda totalmente preservadas. porém, a partir de dezembro daquele ano surgiram lideranças na região que disseminaram a informação de que áreas de florestas pertencentes à União poderiam ser loteadas, e que no futuro seriam legalizadas.

A denúncia ainda cita que entre os invasores estão garimpeiros, ex-garimpeiros e pessoas que se autodenominam “sem terras”. Também são descritos indícios de que grandes comerciantes e fazendeiros locais fomentam invasões fornecendo cestas básicas e pagando diárias a pessoas de baixa renda que executam os trabalhos de desmatamento e demarcação de lotes.

Rondonia Paccaás

Governador Confúcio Moura denunciou ao ministro Sarney Filho as invasões ao Parque Pacaás Novos. Foto: Alex Nunes – Secom – Governo de Rondônia

O governador ressaltou que o Parque de Pacaás em Campo Novo deve ser um patrimônio da humanidade. “Tanta beleza que tem lá, espécies raríssimas , inclusive aves que só tem lá. Não é de Rondônia. É do mundo”, afirmou Confúcio.

O ministro demonstrou-se bastante preocupado com o fato, e pediu a presença na reunião do presidente do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio), Ricardo Soavinski, e sua equipe técnica. “Vejo que o governador se preocupa com a preservação e sustentabilidade. Que a gente possa dar um destino adequado a nossas florestas para continuar prestando serviço ambiental, ao mesmo tempo que ajude a diminuir a combater a pobreza”, frisou.

O ministro ainda declarou que vai encaminhar  a equipe técnica do órgão para iniciar ações com o objetivo de solucionar o caso e agendou para dia 9 de fevereiro uma vista ao Estado de Rondônia para tratar especificamente sobre desmatamento.

Além do ministro, também participaram da reunião, a superintendente de Integração do Estado de Rondônia em Brasília, Elizete Lionel; os chefes de gabinete do MMA, Carlos Henrique de Souza Pereira e Diva Carvalho, além do secretário do MMA, Edson Duarte.

ANOTE AÍ:

Uru Eu Wau Wau www.topnews.com .brFoto: www.topnews.com.br

Fonte: A redação desta matéria é de Alex Nunes/Secom – Governo de Rondônia http://maisro.com.br/

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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