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Tira-Gosto de Guariroba 

TIRA-GOSTO DE GUARIROBA 

Tira-Gosto de Guariroba 

O que é alta como a torre, branca como papel e amarga como fel? A guariroba ou gariroba ou, ainda, gueroba, como comumente é chamada, é o palmito amargo, espalhado profusamente em , nas terras de cultura.

Bariani Ortencio

O coco possui uma castanha muito gostosa e usa-se pegá-lo nos currais após passar pelo aparelho digestivo do gado, que aprecia muitíssimo as polpas desses cocos, debaixo das palmeiras.

O palmito é largamente empregado aqui. É pena que se tenha que derrubar a palmeira para extrair o torete que regula um metro mais ou menos de comprimento. Digo é pena porque as guarirobas enfeitam muito a paisagem das fazendas.”

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TIRA-GOSTO DE GUARIROBA À SUELY

Modo de Fazer: 

Corte a guariroba, de preferência a cabeça, em rodelas grossas.

Dê uma ferventada e troque a água acrescentando sal.

Torne a ferventar até o ponto, deixando-a macia. Escorrer sem deixar nada de água. Refogar bastante cebola em rodelas com alho cortadinho, pimenta-de-cheio, pimenta-do-reino e cheiro verde, no óleo e com pouca manteiga, o quanto baste. Juntar a guariroba.

Bariani Ortencio – Escritor e folclorista goiano em A Cozinha Goiana.  Para adquirir este e outros livros de Bariani Ortencio, envie um e-mail para vendas.livrosbariani@gmail.com ou pelo whatsapp 62 98198 2005.

Tira-Gosto de Guariroba 

BARIANI ORTENCIO 

Descendente de italianos dos quatro costados, Bariani Ortêncio nasceu em Igarapava, São Paulo, próximo à Usina Junqueira, filho de Josefina Bariani e Antônio Ortêncio. Iniciou os estudos primários em 1930 e, logo no ano seguinte, conseguiu seu primeiro emprego nas Casas Pernambucanas.

Em 1938, mudou-se com a família para Goiânia, capital do Estado de Goiás, em cujo liceu se matriculou e cursou o ginasial e o científico. Em 1941, entrou para o Tiro de . Em 1948, ingressou na Faculdade de Odontologia, mas não concluiu o curso.

Estabeleceu-se como comerciante no bairro Campinas com o Bazar Paulistinha, uma loja de discos, a qual veio a se tornar uma célebre casa comercial. Por esse tempo, também foi goleiro do Atlético Clube Goianiense.

bariani ortencio facebookAo longo de sua vida, exerceu diversas outras atividades: de matemática, comerciante, fazendeiro, industrial e minerador.

Iniciou-se como escritor ainda na , em Itaperava, no jornal estudantil O Chicote. Em Goiânia, tão logo matriculou-se no Liceu, passou a escrever para o jornal estudantil da .

Durante um período de mais de dois anos, redigiu crônicas para a Rádio Clube de Goiânia, às vezes, também, publicada no jornal “A Folha de Goyaz”.

Publicou seu primeiro em 1956, “O que foi pelo Sertão”, pelo qual recebeu o prêmio Americano do Brasil por parta da Academia Goiana de Letras, instituição que o aceitaria como membro cinco anos depois, para a cadeira n.º 9, cujo patrono é Antônio Americano do Brasil e que foi fundada por Cordolino Ferreira de Azevedo.

Seguiram-se os livros: “O Sertão – O Rio e a “, 1959; “Sertão Sem Fim”, 1965; “A Cozinha Goiana”, 1967; “Vão dos Angicos”, 1969; “Força da Terra”, 1974; “Morte Sob Encomenda”, 1974; “Dr. Libério, o Homem Duplo”, 1981; “Estórias dos Crimes e do Detetive Lopes”, 1981; “Dicionário do Brasil Central”, 1983; “O Enigma do Saco Azul”, 1985; “Aventura no Araguaia”, 1987; “Meu Tio-Avô e o Diabo”, 1993; “Medicina Popular do Centro-Oeste”, 1994; “João do “, 1996; “Cartilha do Brasileiro”, 1997; “O Homem que Não Teimava”, 1998; “Caminho da Liberdade”, 2000; “A Fronteira” (Revolução Constitucionalista de São Paulo de 32) e “Minha Vida de Menino”, 2005; “Crônicas”, 2005.

Como compositor, é autor de inúmeras músicas, e teve suas primeiras composições gravadas a partir de 1957, por diversos intérpretes, como Irmãs Santos, Duo Paranaense, Trio da Vitória, Duo Estrela D’Alva e Duo Guarujá, entre outros.

Em 1960, por ocasião da inauguração da nova capital do Brasil (em 21 de abril de 1960), a Orquestra e Coro RGE gravou a marcha “Brasília Vinte e um de Abril”, de sua autoria exclusiva, e, no mesmo disco, a marcha “Brasília a Capital da Esperança”, composta em parceria com Henrique Simonetti e Capitão Furtado.

Detentor dos Prêmios Bolsa de Publicações Hugo de Carvalho Ramos, da Prefeitura Municipal de Goiânia, Bolsa de Publicações José Décio Filho, do Governo do Estado de Goiás e Prêmio João Ribeiro, da Academia Brasileira de Letras. Em abril de 1968, recebeu o título de Cidadão Goianiense, concedido pela Assembleia Legislativa de Goiás, em atenção aos relevantes serviços prestados à capital.

É membro das Academias Goiana (cadeira n.º 9) e Goianiense de Letras (cadeira n.º 23) e do Instituto Histórico e Geográfico de Goiás (cadeira n.º 46). Sócio da União Brasileira de Escritores de Goiás, de que foi presidente, da Comissão Nacional do Folclore, da Associação Goiana de Imprensa, além de outras agremiações sociais, culturais e de classe, entre as quais, Comissão Goiana de Folclore, Conselho Estadual de Cultura, Ordem Nacional dos Bandeirantes e Sociedade Geográfica Brasileira.

Em 12 de abril de 2013, recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal de Goiás.

Em 15 de março de 2017, em evento realizado no Palácio das Esmeraldas, sede do governo estadual, lançou uma coletânea de quatro títulos: “O crime do mordomo e outros crimes… de humor”, “Chão Bruto”, “Conversando com os mitos do folclore brasileiro” e “Ficção Longa de Bariani Ortencio”. Durante a ocasião, no entanto, sentiu-se mal e foi socorrido ao Hospital Anis Rassi.

Casou-se com Ana Silva de Moraes, com quem teve seis filhos, três mulheres e três homens.

Waldomiro morreu no dia 15 de dezembro de 2023 aos 100 anos.

 

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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