Treva em Rondônia: Estado censura Macunaíma
Secretaria de Educação do Estado manda recolher livros clássicos da literatura brasileira. Autores como Aurélio Buarque de Holanda, Euclides da Cunha, Machado de Assis e Rubem Fonseca caíram nas garras da censura
Secretaria de Educação do Estado manda recolher livros clássicos da literatura brasileira. Autores como Aurélio Buarque de Holanda, Euclides da Cunha, Machado de Assis e Rubem Fonseca caíram nas garras da censura
Um comunicado da Secretaria de Educação de Rondônia, enviado às coordenadorias regionais de educação escancarou a censura do aparato governamental no estado: 43 livros de autores como Carlos Heitor Cony, Euclides da Cunha, Machado de Assis e Ferreira Gullar deveriam ser recolhidos das escolas por conterem “conteúdos inadequados” para crianças e adolescentes.
Segundo matéria da Folha de São Paulo, em um primeiro momento, a pasta afirmou que se tratava de fake news, mas depois admitiu a autenticidade da lista. A secretaria desistiu da medida após o assunto repercutir nas redes sociais. Rondônia é governada pelo coronel Marcos Rocha (PSL), apoiador do presidente Jair Bolsonaro (Aliança pelo Brasil, em formação).
O escritor Rubem Fonseca, cujo livro Feliz Ano Novo foi censurado e proibido de circular pelo governo federal durante a ditadura militar, foi o maior alvo da relação, com 19 obras recolhidas. Em uma nota de rodapé o comunicado dizia que todos os livros do contista “devem ser recolhidos”.
No comunicado que ordenou o recolhimento das obras, a secretaria destaca a importância dos professores “estarem atentos as demais literaturas já existentes ou que chegam nas escolas para uso de atividades escolares“, de modo “que sejam analisadas e assegurados os direitos do estudante de usufruir do mesmo com a intervenção do professor ou sozinho sem constrangimento e desconfortos“.
Como reagir a um governo do atraso que censura, sem dó nem piedade, os Sertões de Euclides da Cunha, uma das obras-primas da literatura brasileira? Ou o Macunaíma do nosso imaginário nacional?
No comunicado que ordenou o recolhimento das obras, a secretaria destaca a importância dos professores “estarem atentos as demais literaturas já existentes ou que chegam nas escolas para uso de atividades escolares“, de modo “que sejam analisadas e assegurados os direitos do estudante de usufruir do mesmo com a intervenção do professor ou sozinho sem constrangimento e desconfortos“.
Como reagir a um governo do atraso que censura, sem dó nem piedade, os Sertões de Euclides da Cunha, uma das obras-primas da literatura brasileira? Ou o Macunaíma do nosso imaginário nacional?
O Congresso Em Foco publicou a lista dos livros censurados e cópia do comunicado da Secretaria de Educação. Veja a seguir:
LISTA DE LIVROS CENSURADOS
Fonte: Congresso Em Foco
Com informações da Folha de São Paulo. Imagem de Capa: Oficinas Culturais
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