USA: Obsessão por hâmburgueres ameaça cães-da-pradaria

Outra vítima da obsessão por hambúrgueres: Criadores de gado têm forçado os serviços florestais para abater 100 colônias de cães-da-pradaria

Por Nadine Rich /Tradução de Leonardo Lobo da Luz

Cães-da-pradaria não são apenas adoráveis de enlouquecer, como são também sociáveis e inteligentes ao extremo; eles têm até mesmo suas próprias “” e “linguagem”. Quem iria querer condenar milhares desses preciosos à ? Tristemente, o Serviço Florestal dos EUA (U.S. Forest Service, USFS) planeja fazer isso com 100 colônias de cães-da-pradaria em Dakota do Norte. A equipe de petições do site Care2 está apelando para a USFS desistir desse massacre cruel e desnecessário.

O abate é o resultado de reclamações dos criadores de gado (não são sempre eles?) de que os cães-da-pradaria comem toda a grama que é necessária para o seu gado. Bem, em primeiro lugar, os cães-da-pradaria de cauda preta têm chamado a Dakota do Norte de lar há milhares de anos, até mesmo coexistindo com os bisões. Em segundo lugar, esses herbívoros naturais ajudam a manter atualmente os níveis saudáveis de pastagens. Estudos descobriram que a grama que fica acima das cidades dos cães-da-pradaria possui níveis mais altos de proteína e nitrogênio, tornando-a altamente favorável para outros animais herbívoros.

Além disso, devido às atividades de escavação, as pequenas áreas de pastagem possuem um número mais alto de espécies diversas de . Cães-da-pradaria também preferem áreas abertas de grama, de modo que eles procuram pastagens previamente pastoreadas, ou seja, em que o gado já pastou. Talvez o problema real aqui seja que os criadores de gado estão se expandindo para muito longe e colocando muito gado pedaços esgotados de terra. Em terceiro lugar, matar animais inocentes nunca é a resposta! Se você concorda, assine a petição e defenda esses cães-da-pradaria indefesos antes que eles sejam envenenados e deixados para morrer de forma lenta e dolorosa. Eles não merecem isso!

Pressione a USFS para que desista imediatamente desse plano cruel e desumano, pois há outras maneiras mais humanas para controlar as populações desses animais. Compartilhe essa petição com sua rede de amigos para ajudar os cães-da-pradaria de cauda preta de Dakota do Norte, antes que seja tarde demais.

ANOTE AÍ:

Fonte: One Green Planet, via Olhar : http://olharanimal.org/outra-vitima-da-obsessao-por-hamburgueres-criadores-de-gado-tem-forcado-os-servicos-florestais-para-abater-100-colonias-de-caes-da-pradaria/

Nota do Olhar Animal: As primeiras vítimas da obsessão por hambúrgueres e por outros produtos de animal são os animais abatidos para o consumo. Bois, porcos, vacas, aves, cordeiros, etc. são mortos aos milhões diariamente. E este consumo faz muitas outras vítimas, seja porque estas atrapalham a indústria da morte de alguma forma (como estes cães-da-pradaria), seja por conta dos danos ambientais causados por esta indústria. Ou seja, quando alguém consome um produto de origem animal está financiando a matança de muitos animais além daquele que foi morto para satisfazer seu paladar.

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UMA REVISTA PRA CHAMAR DE NOSSA

Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN dele, a Linda Serra dos Topázios. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo independente e democrático de informação.

Resolvemos fundar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Mais um trabalho de militância, voluntário, por suposto. Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também.

Correr atrás da grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, Jaime fechou questão – “nossas cores vão ser o vermelho e o amarelo, porque revista tem que ter cor de luta, cor vibrante” (eu queria verde-floresta). Na paz, acabei enfiando um branco.

Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, em uma noite. Optamos por centrar na pauta socioambiental. Nossa primeira capa foi sobre os povos indígenas isolados do Acre: ‘Isolados, Bravos, Livres: Um Brasil Indígena por Conhecer”. Depois de tudo pronto, Jaime inventou de fazer uma outra boneca, “porque toda revista tem que ter número zero”.

Dessa vez finquei pé, ficamos com a capa indígena. Voltei pra Brasília com a boneca praticamente pronta e com a missão de dar um jeito de imprimir. Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, “de grátis”. Com a primeira revista impressa, a próxima tarefa foi montar o Conselho Editorial.

Jaime fez questão de visitar, explicar o projeto e convidar pessoalmente cada conselheiro e cada conselheira (até a doença agravar, nos seus últimos meses de vida, nunca abriu mão dessa tarefa). Daqui rumamos pra Goiânia, para convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa, nosso primeiro conselheiro. “O mais sabido de nóis,” segundo o Jaime.

Trilhamos uma linda jornada. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo. Às vezes, ligava pra falar da ótima ideia que teve, às vezes sumia e, no dia certo, lá vinha o texto pronto, impecável.

Na sexta-feira, 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com os rumos da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.

Hoje, cá estamos nós, sem as capas do Jaime, sem as pautas do Jaime, sem o linguajar do Jaime, sem o jaimês da Xapuri, mas na labuta, firmes na resistência. Mês sim, mês sim de novo, como você sonhava, Jaiminho, carcamos porva e, enfim, chegamos à nossa edição número 100. E, depois da Xapuri 100, como era desejo seu, a gente segue esperneando.

Fica tranquilo, camarada, que por aqui tá tudo direitim.

Zezé Weiss

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