Poluição luminosa, perda do habitat e pesticidas contribuem para a extinção do inseto
Poluição luminosa: o uso de luz artificial à noite é a segunda maior ameaça para eles. Esse tipo de iluminação pode ocorrer de maneira direta, com luzes de rua e outdoors, e uma iluminação mais difusa que se espalha no céu. Essa “poluição luminosa” atrapalha os rituais de acasalamento da espécie. Os vaga-lumes machos exibem padrões bioluminescentes específicos para atrair as fêmeas, que em troca devem emitir respostas. Infelizmente, as luzes artificiais podem imitar e, portanto, confundir os sinais. Ou, pior ainda, a poluição luminosa pode ser muito forte para os vaga-lumes emitirem e reconhecerem adequadamente seus sinais rituais para que o acasalamento seja iniciado ou concluído.
Pesticidas: têm sido um fator determinante significativo no declínio das populações de vaga-lumes. A maioria delas passa por estágios larvais, em que ficam enterradas ou debaixo da água por até dois anos enquanto se desenvolvem. É nesse período que os insetos estão mais vulneráveis a inseticidas como neonicotinóides ou organofosfatos – que são usados para matar pestes, mas que podem acabar afetando também insetos benéficos, incluindo os vaga-lumes. Como resultado, as larvas morrem de fome ou apresentam anomalias de desenvolvimento que impedem o crescimento populacional.
A pesquisa também identificou algumas espécies que parecem estar especialmente ameaçadas. A Phausis reticulata, conhecidos como “fantasma azul” pelo forte brilho colorido que emite, está sob sério risco. As fêmeas da espécie não têm asas e dificilmente conseguem migrar de habitat caso ele seja destruído.
Como posso ajudar?
Agora que ficou claro quais atitudes estão contribuindo para a extinção dos vaga-lumes, podemos fazer pequenas mudanças que irão ajudar a melhorar a situação:
– Evitar o uso de produtos químicos no seu jardim ou horta;
– Deixar vermes, caracóis e lesmas para as larvas dos vaga-lumes se alimentarem;
– Desligar as luzes;
– Fornecer uma boa cobertura do solo, gramíneas e arbustos para eles se esconderem.
Pode parecer uma luta improvável, mas salvar os vaga-lumes realmente importa – mesmo que indiretamente. Os habitats dos vagalumes também abrigam muitas formas de vida selvagem, incluindo mamíferos, pássaros, répteis, anfíbios e várias espécies de invertebrados e da flora. E para não falar da sua profunda importância para nós. Quanto mais maravilhas perdemos na natureza, menos nos sentimos emocionalmente empenhados em protegê-la.
Fontes: INHABITAT | The Hugger | Super Interessante
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Era novembro de 2014. Primeiro fim de semana do mês. Plena campanha da Dilma. Fim de tarde na RPPN Linda Serra dos Topázios, do Jaime Sautchuk, em Cristalina, Goiás. Jaime e eu começamos a conversar sobre a falta que fazia termos acesso a um veículo de informação independente e democrático, mas com lado. Ali mesmo, naquela hora, resolvemos criar o nosso. Um espaço não comercial, de resistência. Um trabalho de militância, tipo voluntário, mas de qualidade, profissional.
Jaime propôs um jornal; eu, uma revista. O nome, Xapuri, eu escolhi (ele queria Bacurau). Dividimos as tarefas. A capa ficou com ele, a linha editorial também. Correr atrás de grana ficou por minha conta. A paleta de cores, depois de larga prosa, ele escolheu (eu queria verde-floresta).
Fizemos a primeira edição da Xapuri lá mesmo, na Reserva, praticamente em uma noite. Já voltei pra Brasília com uma revista montada e com a missão de dar um jeito de diagramar e imprimir.
Nos dias seguintes, o Jaime veio pra Formosa, pra convencer minha irmã Lúcia a revisar a revista, no modo grátis. Daqui, rumamos pra Goiânia, pra convidar o arqueólogo Altair Sales Barbosa para o Conselho Editorial. Altair foi o nosso primeiro conselheiro. Até a doença se agravar, Jaime fez questão de explicar o projeto e convidar, ele mesmo, cada pessoa para o Conselho.
O resto é história. Jaime e eu trilhamos juntos uma linda jornada. Depois da Revista Xapuri veio o site, vieram os e-books, a lojinha virtual (pra ajudar a pagar a conta), os podcasts e as lives, que ele amava. Em 80 meses, Jaime fez questão de decidir, mensalmente, o tema da capa e, quase sempre, escrever ele mesmo a matéria.
Na tarde do dia 14 de julho de 2021, aos 67 anos, depois de longa enfermidade, Jaime partiu para o mundo dos encantados. No dia 9 de julho, quando preparávamos a Xapuri 81, pela primeira vez em sete anos, ele me pediu para cuidar de tudo. Foi uma conversa triste, ele estava agoniado com o agravamento da doença e com a tragédia que o Brasil enfrentava. Não falamos em morte, mas eu sabia que era o fim.
É isso. Agora aqui estou eu, com uma turma fantástica, tocando nosso projeto, na fé, mas às vezes falta grana. Você pode me ajudar a manter o projeto assinando nossa revista, que está cada dia mió, como diria o Jaime. Você também pode contribuir conosco comprando um produto em nossa lojinha solidária (lojaxapuri.info) ou fazendo uma doação via pix: contato@xapuri.info. Gratidão!
Zezé Weiss
Editora